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Aluno ubiano apresenta ficção homossexual
Francisco Nascimento · quarta, 23 de maio de 2018 · @@y8Xxv Pedro Moniz, aluno da Universidade da Beira Interior, apresentou a sua mais recente obra à comunidade estudantil. O Amor em Tempo de Trevas é o título do romance histórico. |
Pedro Moniz lançou a sua primeira obra no ano passado |
22002 visitas Estudante na área da psicologia, mas apaixonado pela escrita, o aluno da Universidade da Beira Interior (UBI), Pedro Moniz, apresentou o seu primeiro livro na Biblioteca Central, na passada sexta feira. O romance histórico, intitulado O Amor em Tempo de Trevas, aborda uma história de amor proibido durante a segunda guerra mundial. O livro apresenta ainda passagens religiosas, nomeadamente a aparição da Virgem Maria em Fátima. Sete meses depois do livro saltar para as prateleiras das livrarias, o estudante de mestrado em Psicologia Clínica e da Saúde, decidiu promover o seu livro na universidade que o acolheu. Assinando a obra com o pseudónimo Pedro Michel Parks, o escritor afirma que foi buscar os nomes a duas personalidades do seu historial. Anneliese Michel, jovem alemã que acreditava ter sido possuída por uma legião de demónios, na década de 70 do século passado, bem como a Rosa Parks, conhecida defensora dos direitos civis dos negros nos Estados Unidos. O livro do autor de 24 anos conta a história de dois rapazes que namoram em segredo durante a ascensão do nazismo, de onde resultou a segunda grande guerra, resume o autor. Para além da homossexualidade, o livro contém uma vertente católica, duas temáticas que, embora pareçam um paradoxo, são caraterísticas do próprio autor. Pedro Moniz diz não ter “qualquer problema em abordar os temas e suas convicções” e que está na altura de a igreja “perceber que a homossexualidade é uma condição de nascença que é impossível mudar”. Para a elaboração do livro, publicado pela Chiado Editora, Pedro Moniz fez uma pesquisa árdua, desde livros ao YouTube, já que se trata de um romance histórico. Utilizando também os seus ensinos em psicologia e história, o autor afirma ter tomado cuidado com as fontes, não colocando informações que não puderam ser confirmadas. No entanto, nem só de factos verídicos se faz a obra, as personagens principais são fictícias, tal como toda a sua narrativa. Pedro Moniz diz ser necessário enriquecer a literatura LGBT, sendo esse também um dos seus objetivos. Revela ainda que os leitores podem ficar a conhecer um pouco do autor ao longo da obra, embora não tenha escrito o livro com esse intuito. Auxiliar os outros, principalmente os homossexuais que se encontrem em negação, é um lema para o jovem escritor. Pedro afirma que a obra tem tido uma grande aceitação por parte do público, recebendo mensagens de incentivo e satisfação. Na apresentação do livro, destacaram-se na plateia os amigos orgulhosos do autor. Luísa França, estudante brasileira na UBI, revela que vai levar um exemplar para uma biblioteca do seu país, de forma a elevar o nome de Pedro Michel Parks além-fronteiras. Apesar de ainda não ter terminado a leitura, a amiga do autor destaca a pertinência dos temas, que “embora contraditórios se acabam por cruzar”. Emocionada ao falar do seu amigo, Luísa afirma que Pedro a “conquistou em poucos dias”, tendo sido fundamental para a sua adaptação à Covilhã. Da mesma forma, Sara Fernandes elogia o livro e a forma inteligente como o autor conciliou os temas pertinentes. Para Sara, a cultura portuguesa é ainda um pouco reservada sobre este tipo de temáticas, sendo importante a sua divulgação. A leitora afirma que desde o primeiro dia em que ouviu falar da obra sentiu uma grande vontade de a ler, devido à junção de assuntos pouco usual. Depois de colocado o primeiro livro à venda, o autor trabalha agora noutras obras de ficção dentro dos mesmos temas, com o intuito de estender a sua ainda curta carreira de escritor. |
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