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Ulisses Morais e José Augusto deram a tática
Afonso Canavilhas · quarta, 16 de maio de 2018 · O “seminário em futebol e futsal”, dinamizado pelo Departamento de Ciências do Desporto da Universidade da Beira Interior, reuniu vários agentes desportivos durante os dias 14 e 15 de maio na Faculdade de Ciências da Saúde. Ulisses Morais e José Augusto, treinadores profissionais de futebol, falaram para os estudantes de Desporto no primeiro dia. |
21974 visitas Na Malásia, enquanto esteve ao serviço do Johor Darul Ta'zim, Ulisses Morais chegou a orientar a sua equipa frente a 90 mil pessoas. A plateia do auditório da Faculdade de Ciências da Saúde também teve “casa cheia”, ainda que longe desses números, para assistir à preleção do técnico português que, por um dia, trocou o banco de suplentes por um sofá e as funções de técnico pelas de palestrante. Numa comunicação em que foi convidado a abordar os desafios que enfrentou para se sagrar campeão na Malásia, Ulisses Morais, residente na Covilhã há vários anos, revisitou toda a sua carreira, desde os tempos em que se iniciou no futebol, com apenas 15 anos, às experiências mais recentes. Detentor de uma vasta carreira em solo nacional ao longo da qual orientou Naval, Dragões Sandinenses, Machico, Estoril, Gil Vicente, Marítimo, Paços de Ferreira, Académica, Beira-Mar, Desportivo das Aves e Famalicão, o técnico de 58 anos focou a sua primeira experiência no estrangeiro, na distante Malásia, país para o qual viajou primeiramente com o intuito de orientar a seleção local. Não obstante, ao chegar à Ásia, devido às pretensões do príncipe local, acabou a treinar o Johor, clube que é propriedade do monarca e ao serviço do qual se sagrou campeão, prolongando a hegemonia do clube naquela nação. Na Malásia, Ulisses Morais encontrou um contexto completamente distinto daquele a que estava acostumado, assumindo-se “impressionado com a qualidade das infraestruturas” e com o “entusiasmo” à volta do fenómeno futebolístico. No que à cultura do jogo naquele país diz respeito, considera que os jogadores ainda o interpretam de uma forma “demasiado individual”, considerando que, ainda assim, nas próximas décadas, a Malásia terá uma seleção de primeira linha no contexto asiático. Depois de Ulisses Morais, foi a vez de José Augusto usar da palavra. Menos experiente que Ulisses, as situações dos dois técnicos coincidem num ponto: o facto de terem saído das respetivas zonas de conforto. Enquanto Ulisses abraçou o primeiro projeto fora de Portugal, José Augusto, deixou o seu clube de sempre, o Portimonense, para assumir a pasta no Sporting da Covilhã, clube em que encontrou “ótimas condições” para trabalhar. O técnico algarvio ministrou uma preleção relativa à gestão de uma equipa profissional de futebol e deu o exemplo prático da realidade do clube que orientou na atual temporada e ao serviço do qual cumpriu o objetivo proposto: a manutenção no segundo escalão do futebol nacional. Considerando que a gestão dos recursos humanos é um ponto fulcral para o sucesso e que o problema nem sempre reside na estratégia, o treinador de 45 anos abordou o percurso da sua equipa essencialmente entre as jornadas 18 e 30, expondo os fatores que poderão ter precipitado a quebra de rendimento após uma série de quatro triunfos consecutivos. Derrotas nos últimos instantes e infelicidades que se traduziram em auto golos ou “castigos máximos” afetaram o estado de espírito da equipa, ditando uma quebra de produção. José Augusto abordou as adversidades no seu percurso futebolístico, alertando os estudantes presentes para o quão difícil é vingar no mundo do futebol. O primeiro dia do seminário terminou com as preleções de António Calado, Carlos Pacheco e José Neto (Vitória Sport Clube). |
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