“A Shiila ensinou-nos muito a questão de cozinhar em paz e com amor e também o respeito que devemos ter com os alimentos”, afirmou Adriana Gonçalves, estudante de Ciências da Comunicação da UBI, no final do workshop de alimentação vegana, que decorreu no Ananda Café, no dia 9 de maio.

O workshop “Menu vegano - Fusão internacional” foi organizado por duas alunas do curso de Ciências da Cultura, da UBI - Bianca Colvara e Karen Kletemberg-, como trabalho prático para a disciplina de Programação e Organização de Eventos Culturais. A formadora foi Shiila Serrano, chef do Ananda Café, um espaço vegetariano e alternativo, com fusão de sabores internacionais na Covilhã.

A ideia do evento surgiu devido ao gosto pela alimentação e a cultura vegana: “Pensámos em trazer uma vertente diferente da gastronomia”, afirmou Karen Kletemberg. “Eu já conhecia o pessoal do Ananda e quando conversámos com a Shiila a ideia foi trazer receitas fáceis e práticas de fazer”, explicou Bianca Colvara.

Para além do consumo de produtos que não sejam de origem animal, o veganismo vai muito além da alimentação: abrange desde o vestuário aos produtos de cosmética, passando pela recusa de certas atividades, como ir ao jardim zoológico ou pescar.

A questão da tranquilidade foi uma das temáticas abordadas durante o workshop. “Como aqui também se faz meditação e ioga, isto acabou por não ser apenas uma aula de culinária. Teve que ver também com os princípios que os vegans seguem, por exemplo não bater com a colher na panela, para não fazer barulho, que é uma coisa que nós fazemos muito nas nossas casas”, afirmou Adriana Gonçalves. “Aqui, a Shiila ensinou-nos a ir com calma para a cozinha e não com aquela pressa de ter de comer rápido para ir trabalhar ”, acrescenta a participante no workshop. A chef mostrou que a cozinha pode ser vista como uma terapia para o stress do dia-a-dia.

Durante a aula prática, os participantes puderam aprender um menu completo de receitas, desde entradas e snacks, a pratos principais e sobremesa, bem como esclarecer as dúvidas relativas a este tipo de alimentação e partilhar experiências.

As receitas foram especialmente selecionadas para serem práticas, simples e fáceis de recriar em casa, uma vez que o workshop se destinava essencialmente a estudantes e a pessoas que vivem sozinhas, mas o objetivo passou também por mostrar que a alimentação vegana pode ser bastante saborosa.

Marisa Aires, participante no workshop e aluna de Ciências da Comunicação, afirma que, “para quem não tem quaisquer bases de comida vegana, foi um bom começo”. Ter outras alternativas para além do peixe e da carne foi o que a levou a inscrever-se no workshop e um dos pontos mais interessantes para Marisa foi “conhecer um pouco da ética da cultura vegana”.

“Conseguimos trazer algo diferente e às vezes não acessível para muita gente”, afirmou Karen Kletemberg, uma das organizadoras e “simpatizante da causa”, concluindo que “o primeiro passo para respeitar uma cultura ou estilo de vida é conhecê-la”.

No final do workshop, os 16 participantes puderam degustar as receitas praticadas, tendo sido a pasta de cenoura com manteiga de amendoim uma das receitas favoritas do público.