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Estudo inovador desenvolvido por docente da UBI financiado em 240 mil euros
Rafael Mangana · quarta, 2 de maio de 2018 · @@y8Xxv Financiamento premeia estudo inovador para cirurgia da catarata desenvolvido pelo docente e investigador da UBI Miguel Caixinha. |
Catarata atinge quase metade da população mundial com mais de 65 anos |
22004 visitas Miguel Caixinha, docente do curso de Optometria e Ciências da Visão da UBI, viu o estudo que resultou na criação de um protótipo de um dispositivo médico de apoio à cirurgia da catarata e respetivo diagnóstico financiado a 100 por cento pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), num montante total de 240 mil euros. Com este protótipo, os riscos para o doente são minimizados, num problema de visão que atinge quase metade da população mundial com mais de 65 anos. O desenvolvimento desta técnica inovadora resulta da tese de Doutoramento de Miguel Caixinha, defendida a 17 de março de 2017 na Universidade de Coimbra, trabalho que obteve aprovação com distinção e louvor por unanimidade, nota máxima atribuída por aquela instituição. Os ensaios clínicos e os desenvolvimentos necessários para a passagem de protótipo a dispositivo médico para comercialização foram agora financiados a 100 por cento pela FCT, o que “vai suportar o ensaio clinico necessário para validar o protótipo em humanos e em ambiente real, ou seja, na cirurgia e diagnóstico”, explica o investigador. A parte académica de investigação será realizada na Universidade de Coimbra, em que os investigadores responsáveis são Miguel Caixinha e Jaime Santos, o ensaio clínico será realizado no Centro Cirúrgico de Coimbra sob a supervisão clínica de António Travassos. “A indústria tem mostrado interesse, embora dificilmente invista em protótipos”, refere o docente da UBI. “É preciso ver algo a funcionar que se possa comercializar, daí a extrema importância deste financiamento”, reforça. O projeto financiado terá a duração de dois anos, ao fim dos quais a equipa terá a responsabilidade de apresentar um dispositivo médico que represente uma real melhoria do diagnóstico e tratamento de quem tem catarata. “Relativamente à comunidade científica podemos dizer que validou os primeiros resultados, pois estes foram publicados em diversas revistas científicas internacionais, a comunidade académica recebeu o desenvolvimento com natural entusiasmo, e a comunidade médica quer ver resultados, o que é, além de natural, necessário”, sublinha Miguel Caixinha. “Este financiamento representa para mim mais um voto de confiança no que ajudei a desenvolver, mais uma vez um painel internacional de avaliadores com expertise na matéria considerou tratar-se de algo importante para a ciência e em concreto para as pessoas”, considera o investigador. Miguel Caixinha lembra ainda que “os investigadores lidam com questões específicas e muito técnicas, daí ser da maior importância sentirem que não estão a trabalhar em vão, ou em algo de menor valor. É por isso que os financiamentos, além de permitirem o desenvolvimento do trabalho, adquirem para nós o significado da confiança no nosso trabalho. É preciso uma responsabilidade muito grande quando se ‘gastam´ dinheiros públicos. Há a necessidade de devolver alguma coisa de bom para as pessoas e é nisso que vamos estar empenhados durante estes dois anos”. Os próximos passos serão, após aprovação pelo INFARMED e CEIC, a realização do ensaio clínico para a validação do dispositivo médico e a obtenção da marcação CE (já em curso). De recordar que se trata de um financiamento a uma investigação que decorre da tese de doutoramento de Miguel Caixinha, intitulada “In vivo automatic cataract detection and classification using the ultrasound technique". |
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