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Basta um para se cantar o fado
Afonso Canavilhas · quarta, 2 de maio de 2018 · Lutas distintas, resultado em conformidade com as aspirações de cada um dos emblemas: a Académica de Coimbra, candidata à subida de divisão, triunfou por uma bola a zero na visita ao terreno do Sporting da Covilhã. “Fantasmas da descida” voltam a assolar o Santos Pinto. |
21971 visitas A Ledman Liga Pro é uma maratona intensa, nivelada, daí que a três jornadas do fim esteja (quase) tudo por definir. Na antepenúltima ronda da prova, o Sporting Clube da Covilhã subia ao relvado do Santos Pinto sem a manutenção assegurada e a Académica de Coimbra precisava de vencer para continuar a lutar pela subida, isto depois de ter visto o Santa Clara, adversário direto, vencer na deslocação a Oliveira de Azeméis por duas bolas a uma. Na parte mais baixa da tabela, o triunfo do União da Madeira em Famalicão deixava a formação serrana em estado de alerta. Sem vencer há três jornadas e sem nenhum golo marcado nesta sequência, o Sporting local apresentou-se em cena com algumas alterações no ataque em relação ao encontro anterior, na Madeira, frente ao União. José Augusto, técnico covilhanense, optou por levar a jogo Vítor São Bento, João Dias, Zarabi, Joel, Paulo Henrique, Reinildo, Gilberto, Sunday Abalo, Índio, Adul Seidi e Sodiq Fatai. Do lado da “Briosa”, destaque para a presença de dois ex-jogadores do Sporting da Covilhã no onze inicial: João Real e Mike Moura. João Traquina, também ele com passado associado ao Covilhã, não saiu do banco. Empurrada por cerca de 600 adeptos que se fizeram ouvir nas bancadas do Santos Pinto, a Académica encontrou um adversário que se demonstrou predisposto a jogar “olhos nos olhos”, apostado em chegar com perigo à baliza defendida por Ricardo Ribeiro. Alguns adeptos ainda procuravam os respetivos lugares quando a Académica inaugurou o marcador: aos sete minutos da partida, após uma boa jogada individual de Chiquinho pela ala, jogador que estará nas cogitações do Benfica, a formação de Coimbra abriu o ativo por intermédio de Alan Júnior. O brasileiro de 25 anos, emprestado pelo Benfica, estreou-se a marcar com a camisola do emblema de Coimbra para gaudio da verdadeira mancha negra que acorreu ao Santos Pinto. O revés inicial não alterou a determinação da equipa local, combativa a meio-campo e com mais iniciativa que o adversário. O cartão amarelo exibido por Bruno Paixão ao camisola 6 Ricardo Dias logo aos 12 minutos condicionou a estratégia da “Briosa” durante o primeiro tempo, de tal forma que Quim Machado se viu obrigado a lançar o experiente Fernando Alexandre para o seu lugar logo no início do segundo tempo, juntamente com Marinho, que rendeu o avançado camaronês Donald Djoussé, que na temporada passada tinha marcado no Santos Pinto ao serviço do Marítimo, para a Taça da Liga. Na hora de recolher às cabines, vantagem mínima da Académica, apesar do ligeiro ascendente covilhanense. Durante toda a primeira parte, pese embora uma ou outra investida com destino à baliza de Ricardo Ribeiro, a defesa da Académica demonstrou sempre uma grande facilidade em controlar a profundidade, deixando os avançados covilhanenses constantemente em fora-de-jogo. Do lado da formação local, nota para a permeabilidade defensiva, sobretudo pelas alas. A tendência manteve-se na segunda parte, mas a Académica não quis deixar contas por mãos alheias e raras foram as ocasiões em que a vantagem esteve sob ameaça, importando destacar uma grande ocasião desperdiçada por Seidi à boca da baliza contrária. Os três pontos foram agarrados por Ricardo Ribeiro já em tempo de compensação, altura em que Vitó, ex-Rio Ave, atirou direto à baliza na cobrança de um pontapé de canto e quase surpreendeu o guarda-redes. O triunfo sorriu aos “estudantes”, que ocupam agora a terceira posição da tabela em igualdade com o Santa Clara. O sonho da subida de divisão poderá muito bem ser uma realidade para a equipa de Coimbra, que nas duas jornadas que faltam vai ter pela frente Cova da Piedade e Varzim. No caso covilhanense, a situação é mais complicada: a formação serrana está apenas dois pontos acima da linha de perigo. Nas últimas duas rondas visitará o já despromovido Gil Vicente e receberá o Penafiel, emblema que ainda poderá ostentar esperanças quanto à subida de divisão. No final do desafio, Quim Machado, treinador vencedor, considerou que a Académica “mereceu a vitória” num campo “tradicionalmente difícil”. |
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