“Viva o 25 de abril, viva a Covilhã!”. Terminou assim o discurso de João Casteleiro, presidente da Assembleia Municipal, durante a sessão solene, onde o período democrático foi contrastado com o tempo da ditadura, em que “apenas 25% dos trabalhadores eram mulheres”. A cerimónia que decorreu no Salão Nobre dos Paços do Concelho deu por concluídas as celebrações do dia da liberdade na cidade da Covilhã.

Na comemoração do 44º aniversário do 25 de abril, a Câmara Municipal proporcionou à população um programa de quatro dias de eventos, onde se incluíram inaugurações como a de um Espaço Cidadão que agrega novos serviços no âmbito do Balcão Único. Na noite de 24 houve um conjunto de eventos recreativos: arruadas, concertos e fogo-de-artifício.

Antes de acontecer o 25 de abril “era uma altura muito má”, declarou Maria Fernandes, de 64 anos. “Éramos oprimidos, não tínhamos liberdade nenhuma. Eu ainda era novita, mas as minhas irmãs já tinham a PIDE atrás delas por causa de não poderem falar disto nem daquilo. Foi uma data muito importante e continua a ser”, afirma a habitante na cidade da Covilhã.

No último dia das celebrações comemorou-se o fim da ditadura em Portugal. A manhã iniciou-se no Jardim Público da cidade, de onde partiu uma arruada com distribuição de cravos. O passeio pelas ruas, que se fez ao som da Banda Filarmónica Recreativa Carvalhense, terminou na Praça do Município, onde foram içadas as bandeiras da cidade da Covilhã e de Portugal, ao som do hino nacional, tocado pela mesma banda filarmónica.

Para Joaquim Correia, de 76 anos, habitante da Covilhã, o 25 de abril “foi das melhores coisas que aconteceu no país”. Jorge Carapita, de 62 anos, também morador na cidade, acrescentou que “ver as pessoas na rua a celebrar a libertação” foi um dos aspetos que mais o marcaram naquele dia de 1974.

As celebrações terminaram no Salão Nobre dos Paços do Concelho, onde decorreu a sessão solene da Assembleia Municipal comemorativa do 44º aniversário do 25 de abril, com a participação do executivo camarário, presidentes das juntas de freguesia e cidadãos que quiseram celebrar o dia que restituiu a liberdade a Portugal. Na cerimónia foram recordadas algumas mudanças que o 25 de abril trouxe ao país, bem como os nomes daqueles que tornaram este dia real. Foram também abordadas questões relativas à cidade da Covilhã, por parte de membros dos partidos políticos.