A sessão de esclarecimento, que decorreu a 17 de abril no Centro de Ativ’idades, está inserida no projeto Ver +, em parceria com a Câmara Municipal da Covilhã, e foi liderada por Amélia Nunes, docente de Optometria na UBI. “É a primeira vez que realizo uma sessão de esclarecimento para uma faixa etária acima dos 50 anos”, confessou a professora, que até ao presente tem trabalhado em escolas com crianças até aos 15 anos.

No trabalho com as escolas, Amélia Nunes tem abordado “os problemas de visão em conjunto com os pais” e realizado “rastreios, avaliação e encaminhamento” dos problemas de visão. O fornecimento de óculos a crianças de famílias carenciadas e com dificuldades financeiras é uma das medidas do projeto “Ver +”.

No caso da população mais velha, a sensibilidade à luz, a perda gradual de visão e dificuldade em ver ao longe ou ao perto são os principais sinais de alerta. Depois dos 50 anos é preciso estar atento aos principais sintomas e deve-se consultar um oftalmologista, alerta docente da UBI.

Sobre os problemas de saúde ocular referidos por Amélia Nunes, mais de 50 por cento são erros refrativos, como a miopia, o astigmatismo e a hipermetropia, 25 por cento são cataratas, quatro por cento são glaucomas e cerca de dois por cento resultam de degeneração macular relacionado com a idade, fruto da idade avançada, da medicação antidepressiva, da hereditariedade, do excesso de peso e da diabetes.

Maria Fernandes, de 83 anos, e portadora de catarata há mais de dez, utiliza óculos com proteção ultravioleta durante o dia, para que a luz solar não incida no olho afetado. Maria Alves, de 85 anos, também sofre de cataratas e é invisual de um olho. Apesar de ter sido submetida a uma operação ocular dupla, ainda consegue ironizar: “o médico diz já não há lentes mais fortes para os meus óculos”.

Para prevenir problemas de saúde, principalmente acima dos 50 anos, é necessário adotar uma dieta saudável e praticar exercício físico, controlar o peso, o colesterol e a tensão arterial, assim como realizar exames regularmente. Ter em conta a história familiar e as doenças hereditárias também é importante, além de utilizar óculos de sol com lentes de proteção ultravioleta.

No mundo, cerca de 285 milhões de pessoas são cegas, mas 80 por cento dos casos são tratáveis. Grande parte dos problemas prevalece em países subdesenvolvidos, onde o tratamento de doenças visuais esbarra no difícil acesso à medicina por parte da população.