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Novos projetos mostram vias para jornalismo independente
Juliana Reigosa · quarta, 18 de abril de 2018 · Continuado No segundo painel das Jornadas de Comunicação, profissionais que trabalham na área contaram experiências em projetos de jornalismo alternativo. |
À esquerda, Pedro Santos, que trabalha no É Apenas Fumaça. Ao seu lado, António Castelo, fundador da Qi News. |
22002 visitas O foco no mundo digital, através do desenvolvimento de sites independentes e startups jornalísticas, tem sido uma das respostas face ao cenário de crise econômica e incertezas quanto ao rumo das profissões da comunicação. Alguns desses caminhos para inovar com base no empreendedorismo foram abordados durante as Jornadas de Comunicação. Na tarde de terça-feira 13 de abril, o Anfiteatro da Parada da Faculdade de Artes e Letras da Universidade da Beira Interior (UBI) foi palco da sessão sobre “Novos Projetos de Comunicação”, que reuniu estudantes e profissionais da área em uma conversa sobre jornalismo independente. O encontro contou com a participação de Pedro Santos, que trabalha no projeto de media independente É Apenas Fumaça, e de António Castelo, fundador da produtora de conteúdos factuais Qi News. Descrente no jornalismo tradicional, muito por conta de ter trabalhado vários anos a falsos recibos verdes, Pedro Santos contou que só voltou a acreditar no futuro da profissão depois de conhecer e participar no “É Apenas Fumaça”. O projeto tem como foco falar sobre um conjunto de temas relacionados aos direitos humanos e suas questões. De acordo com o jornalista, “são assuntos muito importantes que devem ser falados com profundidade e tempo, cuja abordagem normalmente não vemos nos meios de comunicação tradicionais”. O convidado também ressaltou que “mais do que dar a notícia sobre o que aconteceu, interessa explicar o porquê”. Licenciado em Biologia Evolutiva e com mestrado em Psicologia Evolutiva, António Castelo não é jornalista de formação, mas também acredita que os meios independentes nascem a partir da insatisfação dos próprios profissionais e da sociedade com a cobertura dos media tradicionais, que “muitas vezes não cobre determinados assuntos”. No encontro, o fundador da “Qi News” relatou que o projeto surgiu como forma de transmitir à população conteúdos de qualidade que inspirem as pessoas a quererem participar na construção de uma “sociedade mais justa”. Para isso, a aposta da produtora de conteúdos factuais é no audiovisual, principalmente na produção de webséries documentais que sintetizam e analisam dados sobre a realidade dos portugueses e de cidadãos de outras nacionalidades. Enquanto a produtora de conteúdos de António Castelo investe principalmente no vídeo, o site “É Apenas Fumaça” usa mais o formato podcast. De acordo com Pedro Santos, a equipe do projeto de media independente quis investir numa plataforma de áudio que estava sendo tendência nos Estados Unidos e na Europa, mas ainda pouco explorada em Portugal. “Vivemos na idade do ouro do som porque as pessoas sempre estão a ouvir conteúdos enquanto praticam atividades. Em relação a isso, temos um crescente consumo de podcasts, o que nos fez apostar nesse formato”, ressaltou. A terceira edição das Jornadas de Comunicação foi organizada pelo Núcleo de Estudantes de Ciências da Comunicação da UBI (UbiMedia). Ao longo de três dias, entre 10 e 12 de abril, estudantes de Comunicação, assim como toda a comunidade estudantil, tiveram a oportunidade de ouvir relatos de profissionais da área, além de participarem em workshops de fotografia e edição de vídeo. |
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