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Como criar imagens com o som da rádio
Leandra Lícia · quarta, 18 de abril de 2018 · Continuado A jornalista Rita Colaço veio às Jornadas de Comunicação contar o seu dia a dia na Antena 1. A convidada abriu o evento, no dia 10 de abril, no anfiteatro da Parada. |
Rita Colaço a explicar o seu trabalho |
22011 visitas Para a repórter, a rádio é a forma mais visual do jornalismo, pois só existe a palavra e o som. Com isso tem de criar imagens na cabeça das pessoas, transportando-as para o local que os jornalistas visitam. Em cada história que Rita Colaço conta, transparecem detalhes e pormenores das pessoas e dos sítios por onde passou. No início de uma reportagem, a jornalista costuma parar e escutar a paisagem sonora para assimilar tudo o que a rodeia, tirando partido disso para a peça radiofónica. Rita Colaço já ganhou diversos prémios nacionais de jornalismo, os mais célebres dos quais são o prémio "Gazeta”, na vertente de rádio, com a reportagem "A Rua é um Parlamento", e o prémio AMI com a reportagem “Os filhos da Síria”. A repórter trabalha na Antena 1 desde 2003, fazendo grandes reportagens. Desde 2017 tem também um podcast intitulado “O som da minha vida”. Como todas as pessoas têm algum som que marcou as suas vidas em algum momento, neste espaço a jornalista convida cada um a contar a sua história pessoal através desse mesmo som ou compilação de sons. Mostrando também cada passo da sua grande reportagem recente “Ainda arde sem se ver”, a jornalista explicou à plateia vários aspetos técnicos, desde o prorama que usa para editar, aos sons que recolheu no local. A peça sobre o estado atual das zonas afetadas pelos incêndios do verão passado deu o mote para as questões dos estudantes e as dicas que Rita Colaço deixou a quem quer seguir o caminho do jornalismo. Durante a conferência, escutou-se também excertos da reportagem que ganhou o prémio Gazeta em 2015, “Mar da palha. Zona C”, da peça sobre o lado obscuro da internet “Uma rede para atacar” e de “A minha irmã depressão”. Todos trabalhos da sua autoria, que fez questão de partilhar, falando do processo de cada um. Para a repórter, “proximidade é o termo correto” no que toca ao tratamento dos temas. “Para conseguirmos ter um olhar mais imersivo, sem invadir demasiado a vida das pessoas e focar o que é preciso, necessitamos dessa proximidade”, defendeu Rita Colaço. Em conversa com o Urbi, a jornalista da Antena 1 aconselhou todos os estudantes a serem honestos consigo próprios e com os outros: “Devem manter sempre uma certa dose de humildade e acima de tudo serem interessados nas pessoas e nas histórias que elas têm para contar”. Segundo a locutora, estas iniciativas são uma mais valia para todos, porque “é muito importante a universidade perceber como funcionam as redações e o mundo da comunicação”. Rita Colaço afirma também que estes eventos “fazem os jornalistas saírem do seu ambiente da redação e virem ao encontro das pessoas para as quais trabalham, que são os ouvintes”. |
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