Jornal Online da UBI, da Região e do RestoDirectora: Anabela Gradim |
Recordar José Luís Carvalhosa
Rafael Mangana · quarta, 18 de abril de 2018 · José Luís Carvalhosa, diretor de fotografia, figura marcante do Cinema em Portugal e antigo docente do Departamento de Comunicação e Artes da UBI faleceu na passada quarta-feira, 11 de abril, aos 70 anos. |
José Luís Carvalhosa era um nome importante do Cinema em Portugal |
21989 visitas “Era um mestre e era tratado quase por toda a gente como um mestre, um profissional com um percurso muito longo e muito relevante na história do Cinema e era um excelente contador de histórias”, recorda Francisco Merino, diretor da Licenciatura em Cinema da UBI. Figura de relevo do Cinema em Portugal, José Luís Carvalhosa faleceu na última quarta-feira, 11 de abril, aos 70 anos. Nascido em Lisboa, em 2 de dezembro de 1947, o diretor de fotografia desempenhou funções na UBI, entre 2006 e 2013, como docente do curso de Cinema. “Era uma pessoa muito estimada pelos alunos e por todos os professores, pela sua experiência, pelo caráter afável e simpatia”, recorda Francisco Merino. “Quem convivia com ele acabava por ter um conhecimento muito aprofundado, e quase íntimo, da história do Cinema em Portugal, da qual ele fazia parte”, sublinha o diretor do curso de Cinema da UBI. Francisco Merino reitera o legado de José Luís Carvalhosa: “deixa-nos histórias, deixa-nos memórias, uma experiência de vida muito grande e muitos filmes”; e lembra que “foi especialmente marcante na primeira ‘fornada’ de finalistas de Cinema da UBI, tendo formado diretores de fotografia que estão hoje no mercado”. Um desses primeiros alunos é Hugo Moreira, que não tem dúvidas em afirmar que “foi das pessoas mais importantes a nível pessoal, pois mais que um professor era um contador de histórias vividas no meio em que trabalhou e foi um dos melhores durante muitos anos”. O ex-aluno de Cinema da UBI considera que José Luís Carvalhosa “foi, acima de tudo, um incentivador a irmos para o terreno ver como se aplica tudo o que lemos e aprendemos”, tendo deixado “um portfólio incrível no que toca à direção de fotografia, não só no Cinema como em Televisão”. Hugo Moreira conta como foi decisivo José Luís Carvalhosa no seu percurso profissional: “quando decidi o fazer o mestrado em Realização de Cinema e Televisão em Barcelona, um mestrado com pessoas que estão no ativo e que tinham acabado de estrear um filme de sucesso, foi ele que me deu o empurrão final, foi ele que me aconselhou enquanto estudante a aceitar o desafio do José Nascimento de ‘estagiar’ num filme do próprio José Nascimento, produzido pelo Paulo Branco, onde aprendi muito de como tudo funciona”. Ao longo da carreira, José Luís Carvalhosa foi diretor de fotografia e trabalhou, no cinema e na televisão, com realizadores como Eduardo Geada, Solveig Nordlund, Jorge Silva Melo e Alberto Seixas Santos. Foi um dos fundadores da cooperativa de cinema experimental Cinequipa, em 1974, e da produtora Fábrica de Imagens, nos anos 1980. Trabalhou em filmes como "O funeral do patrão", de Eduardo Geada, "Antes da sorte que a tal morte", de João Matos Silva, "Bom Povo Português", de Rui Simões, "Barnum", de Solveig Nordlund, "Três menos eu", de João Canijo, e "A Maldição de Marialva", de António de Macedo. Com o grupo Artistas Unidos, fez direção de fotografia de vários filmes de Jorge Silva Melo, nomeadamente "Nikias Skapinakis: O teatro dos outros", "Ângelo de Sousa: A alegria impermanente" e "Ana Vieira: O invisível". Em Televisão participou em séries e programas como "Nome Mulher", de Fernando Matos Silva, "Duarte & Companhia", de Rogério Ceitil, e "Alentejo sem lei", de João Canijo. |
Palavras-chave/Tags:
Artigos relacionados:
GeoURBI:
|