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Mutualista leva médico a aldeias do sul do concelho da Covilhã
Rafael Mangana · quarta, 18 de abril de 2018 · São sete as localidades do "interior do interior" que passam a ser visitadas por um clínico através da Unidade Móvel de Saúde, um projeto que conta com 25 parceiros, entre os quais a UBI. |
Protocolo foi assinado na sexta-feira, 13 de abril |
22001 visitas Casal de Santa Teresinha, Vale da Cerdeira, Minas da Panasqueira, Cambões, São Jorge da Beira, Aldeia de São Francisco de Assis e Barroca Grande, na zona sul do concelho da Covilhã, onde os serviços públicos de saúde são inexistentes ou escassos, vão passar a ser visitadas por um médico de clínica geral da Mutualista Covilhanense, através da sua Unidade Móvel de Saúde. As povoações, todas pertencentes às freguesias de São Jorge da Beira e Aldeia de São Francisco de Assis, já eram abrangidas pelo projeto, desde junho do ano passado, com deslocações quinzenais da viatura, mas apenas com serviços nas áreas da enfermagem, psicologia, farmácia e apoio social. Até agora, a Unidade Móvel de Saúde só ainda levava um clínico nas deslocações a Trigais (Erada), serviço que teve início há exatamente um ano, em abril do ano passado. A instituição anunciou na última sexta-feira, 13 de abril, que vai agora replicar o modelo de Trigais naquelas aldeias, dia em que foi renovado um protocolo de cooperação entre a Mutualista e a Câmara Municipal da Covilhã que prevê a continuidade do apoio da autarquia ao projeto no que respeita ao fornecimento de combustível nas deslocações da viatura e a sua condução por parte de um motorista habilitado. Na cerimónia estiveram presentes também o presidente da Junta de São Jorge da Beira, José Branco, e a autarca de Aldeia de São Francisco de Assis, Joana Campos. A expansão do serviço médico às sete povoações será realizada em estreita colaboração com o Município e as Juntas. “Esta expansão espelha a capacidade de adaptação do projeto às necessidades das populações, criando respostas na área da saúde que visam colmatar lacunas que se traduzem na falta de respostas por parte da Administração Central, o que faremos sempre numa ótica de complementaridade e nunca de substituição”, explicou durante a cerimónia o Presidente da Mutualista Covilhanense, Nelson Silva. Já o presidente da Câmara da Covilhã, Vítor Pereira, salientou que a Unidade Móvel de Saúde “desempenha um papel importantíssimo em localidades que estão no interior do interior e que são, por isso, mais vulneráveis e merecem mais atenção”. Casal de Santa Teresinha, Vale da Cerdeira, Cambões e Minas da Panasqueira não têm quaisquer serviços públicos de saúde, sendo servidas pelas extensão da sede de freguesia (São Jorge da Beira) ou de outras freguesias vizinhas. Para duas delas, Vale da Cerdeira e Casal de Santa Teresinha, que nem sequer têm transportes públicos, localizadas a 8 e 12 quilómetros de São Jorge da Beira, esta é a primeira vez na História que passam a ter médico nas povoações. São Jorge da Beira, Barroca Grande e Aldeia de São Francisco de Assis até têm extensões de saúde com serviço médico, mas limitado. Desde o início deste ano que a Mutualista tem realizado algumas consultas a título experimental nestas povoações, onde reside um total de cerca de 1100 pessoas. O presidente da Junta de Freguesia de São Jorge da Beira precisou que a extensão de saúde local tem médico “meia tarde por semana, o que é insuficiente face às necessidades da freguesia, com o agravamento de que se estiver doente ou de férias não há serviço”. “Além disso, na generalidade, os transportes públicos não servem da melhor maneira a população, grande parte envelhecida, e que, nalguns casos, para se deslocar à sede de freguesia, a outras freguesias com serviços de saúde ou à Covilhã tem de alugar um táxi”, sublinhou José Branco. Na freguesia de Aldeia de São Francisco de Assis, “há médico de família duas vezes por semana, mas com limite do número de consultas, com a agravante de que recebemos pessoas de outras freguesias vizinhas também, entre as quais de São Jorge da Beira”, contou a presidente da Junta, Joana Campos. A autarca constatou que “uma ambulância vinda da Covilhã demora uma hora a chegar à freguesia, pelo que todas as iniciativas que visem contribuir para a melhoria dos serviços de saúde e o bem-estar da população são uma mais-valia”. Também presente na cerimónia, o presidente da Junta da Erada, João Almeida, fez um balanço de um ano de consultas médicas em Trigais, onde residem cerca de 50 pessoas e cujo posto de saúde encerrou há cerca de uma década: “A medida trouxe mais qualidade de vida à população da aldeia, onde havia pessoas que não viam um médico há mais de 10 anos”. Foram realizadas em Trigais 126 consultas médicas até ao momento através da Unidade Móvel da Mutualista. Durante a assinatura do protocolo com a Mutualista, o presidente do Município da Covilhã aproveitou para anunciar que as unidades móveis de saúde que a autarquia vai receber por via da CIM Beiras e Serra da Estrela “complementarão esta já existente, em conjugação de esforços com a Mutualista, que poderá aportar toda a experiência e know-how que já tem a uma parceria que pode ser ainda mais aprofundada, em benefício das populações”. Na resposta, o presidente da Mutualista, Nelson Silva, disse que a Instituição tem “disponibilidade total” para integrar o projeto do Município e reforçar a parceria existente. A Unidade Móvel de Saúde da Mutualista Covilhanense é um projeto que conta com um total de 25 parceiros, entre os quais a UBI, através da Faculdade de Ciências da Saúde e também do Departamento de Informático, que está a desenvolver e a testar aplicações móveis na viatura. Os núcleos de estudantes de Medicina (MedUBI) e de Ciências Farmacêuticas (UBIPharma) da universidade são também parceiros, com os alunos a acompanhar a atividade da Unidade Móvel em regime de voluntariado. |
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