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Semana Académica 2018: noites longas regressaram ao pavilhão da ANIL
Afonso Canavilhas · quarta, 11 de abril de 2018 · @@y8Xxv Durante quatro noites, todos os caminhos foram dar ao pavilhão da ANIL. A Semana Académica 2018, organizada pela Associação Académica da Universidade da Beira Interior, moveu milhares de estudantes entre os dias 3 e 7 de abril. |
22006 visitas “Serenata molhada, serenata abençoada”. Chovia copiosamente quando se ouviram as doze badaladas na noite de terça-feira, 3 de março. No Calvário, o grupo de fados da UBI dava início à sua atuação com centenas de estudantes a assistir, embrulhados nas respetivas capas negras, como a tradição ordena. Para uns, a primeira serenata com o traje vestido. Para outros, um sentimento de despedida. Para todos, um momento solene, emotivo, que marca o início oficial de mais uma Semana Académica. Segundo Afonso Gomes, presidente da direção da AAUBI, “não faria sentido” retirar a cerimónia de um local que considera “emblemático” apesar das previsões negativas em relação ao estado do tempo. 24 horas depois, os níveis de humidade mantiveram-se. Da zona alta para a parte baixa da cidade da Covilhã, o pavilhão da ANIL abriu portas para cerca de 2 700 pessoas que não quiseram falhar mais uma edição do “Arraial da Cerveja” que, para além das atuações das tunas “As Moçoilas” da “Orquestra Académica Já B’UBI & Tokuskopus”, contou com a já habitual atuação de Virgílio Faleiro que não só “quis vir toda a gente a dançar” como conseguiu fazer com que isso acontecesse. Numa altura em que a quantidade de cerveja no chão do pavilhão já justificava o uso de galochas, Saúl subiu ao palco e, bacalhau houvesse, poderia muito bem ter nadado durante toda a noite. Com a voz embargada – mas não de emoção – e uma certa dificuldade em se identificar, um dos jovens presentes afirma ao URBI que “não há noite como esta”! Afinal de contas, venderam-se nada mais nada menos que 7 050 litros de cerveja. A noite terminou com a atuação do DJ Quim das Remisturas. Estreia de Tarik Mishlawi Em janeiro de 2017, Tarik Mishlawi foi considerado pelo diário espanhol “La Vanguardia” como “a última grande revelação do hip hop português”. Nascido nos Estados Unidos mas criado em Portugal, foi descoberto por Richie Campbell, assinou contrato com a “Bridgetown Records” e está determinado em fazer carreira em nome próprio. 2016 e 2017 foram anos de afirmação para Tarik Mishlawi. Para além de ter lançados singles como “All Night”, “Always on My Mind” ou “Ignore”, subiu ao palco do MEO Sudoeste. Quinta-feira, dia 4 de abril, esteve pela primeira vez na Covilhã. A expectativa era elevada e António Martins, residente na Covilhã, não quis perder a oportunidade de assistir ao concerto do jovem de 22 anos. “Amanhã vou trabalhar mas não podia perder esta oportunidade”. A “Encantatuna” e a “Desertuna” abriram a noite, DJ Tunes deu sequência e Mishlawi subiu ao palco para interpretar os seus principais temas, bem conhecidos pelo público, por sinal. O single “All Night”, com mais de oito milhões de visualizações na plataforma “Youtube”, foi o momento alto da noite. DJ Mamede e Rúben Sousa, presenças habituais em noites académicas, encarregaram-se de encerrar a noite.
A Alcateia de Jimmy P Loreta KBA, Phoenix RDC, Wet Bed Gang e Domi. Todos couberam na recente MixTape lançada por Jimmy P, intitulada “Alcateia” e o pavilhão da ANIL pôde ouvir alguns dos singles disponíveis no mais recente trabalho do artista português na noite de sexta-feira, dia 6 de abril. As tunas “C’A Tuna aos Saltos” e “Tuna-mus” abriram a noite, antecedendo a “boa vibe” de “Quem é o Bob?”, conjunto de tributo a Bob Marley que, durante cerca de uma hora, homenageou o rei do “Reggae”. Num dia em que foi notória a presença de um público mais jovem, Jimmy P subiu ao palco para interpretar alguns dos seus temas mais recentes, sem esquecer temas que marcaram a etapa inicial da sua carreira, entre os quais “On Fire” ou “Amigos e Amantes”. Minutos antes do concerto, Manuel Dias, aluno do ensino secundário, afiançava que “já sabia de cor a «Young Forever» e que estava entre as suas músicas preferidas”. Não conseguimos confirmar nem desmentir, mas o entusiasmo nos olhos de Manuel era notório. Dos Açores para a Beira Interior, DJ Souza encerrou a noite.
Richie atrai multidão “O” dia estava reservado para sábado. A AAUBI decidiu apostar em Richie Campbell e, a julgar pela multidão que acorreu ao pavilhão da ANIL, ganhou. Depois de Cósmic Mass e Lazy Eye Society terem aberto a noite, o artista português subiu ao palco e o público consagrou-o, cantando tanto os seus principais temas como os mais recentes trabalhos do álbum “Lisboa”. À hora que Richie e a sua banda iniciaram a atuação, ainda havia gente a chegar ao pavilhão e a dirigir-se às bilheteiras para adquirir os respetivos ingressos. “Richie é dos melhores artistas nacionais. Tem tido um crescimento brutal e os novos sons estão excelentes”, palavras de Miguel Neves, estudante da Universidade da Beira Interior. Os DJ’s Ride e Dílcio encarregaram-se de dar continuidade à noite de festa. Na hora de proceder a um balanço, Afonso Gomes fê-lo pela positiva, salientando a “extrema de dedicação” da equipa que consigo trabalhou. Do ponto de vista logístico, o dirigente associativo aponta a “melhorias significativas”, sobretudo a nível de entradas no recinto, processo que nesta edição da Semana Académica foi mais célere que em edições anteriores. Por fim, Afonso Gomes lamenta que um evento que “tem um grande impacto na economia local” continue a carecer de apoios financeiros, salientando ainda assim o apoio anual fornecido pela UBI. |
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