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Observar o passado para pensar o futuro do Teatro Municipal
Francisco Nascimento · quarta, 21 de mar?o de 2018 · Exposição acerca do teatro covilhanense tem curadoria de alunos da UBI. Evento marca o encerramento do espaço que será, finalmente, remodelado. |
Mostra conta com documentos desde a fundação do Teatro |
22035 visitas Passado, presente e futuro. É este o mote para a exposição acerca do Teatro Municipal da Covilhã, que encerrará para obras de remodelação no final da mostra. A iniciativa está a cargo de alunos de licenciatura em Ciências da Cultura e mestrado em Estudos de Cultura da Universidade da Beira Interior (UBI) e insere-se no dia mundial do teatro, que se comemora no dia 27 deste mês. A inauguração da exposição ocorreu no passado domingo e estará aberta até ao próximo dia 29 no Teatro Municipal, onde estão presentes documentos históricos, bem como peças originais e vídeos de espetáculos. O ator Ruy de Carvalho marcou presença na inauguração e foi um dos elementos mais acarinhados pelo público. Ainda a abertura da exposição não tinha começado, e o ator Ruy de Carvalho já confidenciava um “enorme prazer” em estar presente. O dia ficou também marcado pela homenagem ao ator, que apresentou o seu mais recente livro, “O Amor é Isto”, aos covilhanenses, junto da sua família. O ator português viveu na Covilhã até aos 10 anos, tendo atuado pela primeira vez no Teatro Municipal da cidade com apenas oito. Ruy de Carvalho mostrou grande admiração pela cidade, afirmando que “tanto a terra como a serra lhe deixam muitas saudades”. A vereadora da cultura da Câmara Municipal da Covilhã, Regina Gouveia, afirma que esta é uma oportunidade de analisar o passado e o presente do teatro, de forma a moldar o futuro. A vereadora destaca a inovação cultural que se vai criar no município, com “uma programação regular”. Também a UBI é enfatizada, pelo planeamento do evento num “curto espaço temporal” e com um severo trabalho de pesquisa documental, realçando o envolvimento dos alunos em todo o processo. Regina Gouveia declara ainda, que é vontade do executivo contar com o apoio da UBI e de associações culturais da cidade para a realização de espetáculos durante o encerramento do teatro municipal. Ana Catarina Pereira, diretora da licenciatura em Ciências da Cultura, revelou-se emocionada com o profissionalismo dos alunos na realização do evento. Como covilhanense, a professora mostra-se nostálgica em relação ao espaço, sentimento que os estudantes interiorizaram plenamente, mesmo os que não conheciam a cidade antes do início da vida universitária, revela a docente. Quanto ao pouco tempo que tiveram para organizar a exposição, Ana Pereira reconhece que é recorrente no país este tipo de peripécias, afirmando que os alunos reagiram bem à pressão, apesar do receio. A professora revela a sua ligação afetiva com o teatro municipal, esperando que “o futuro seja tão grande como o passado”. Para os alunos, a organização do evento foi cansativa e muito trabalhosa, contudo, foi uma experiência “muito enriquecedora”. Segundo Luísa Torquato, aluna do terceiro ano em Ciências da Cultura, apenas restava tempo para dormir, visto que se juntavam os trabalhos de outras cadeiras. No entanto, tratou-se de uma tarefa diferente, já que tiveram de pesquisar em arquivos e procurar elementos desde a fundação do teatro, cujo edifício atual foi inaugurado em 1954. No mesmo local, existiram outros edifícios destinados a espetáculos culturais, desde 1922, cuja atividade também foi alvo de pesquisa pelos curadores da exposição. A grande adesão das pessoas à mostra foi uma surpresa, visto que a divulgação da iniciativa foi lançada poucos dias antes da inauguração. Para além das provas históricas, colocadas de modo a formar uma narrativa, foram ainda postas frases ao longo do espaço, com o intuito de “pensar o futuro”. No dia 27 de março, vai ocorrer a apresentação pública do projeto cultural do novo teatro municipal, no salão nobre da Câmara da Covilhã. |
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