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"Temos que ter uma visão alargada e ir tentando"
Rafael Mangana · quarta, 29 de julho de 2020 · @@y8Xxv Natural da Covilhã, cedo sentiu que devia aproveitar a vantagem de ter uma universidade na própria cidade, tendo entrado em Engenharia Civil em 1994. Depois de passar por várias áreas dentro do seu campo de formação, Sara Mota é atualmente chefe de projeto numa empresa em Lisboa responsável por obras públicas. |
Sara Mota |
22033 visitas Urbi et Orbi: Porquê Engenharia civil e porquê na UBI? Sara Mota: Na altura foi uma questão de ser mais fácil em termos logísticos para mim ficar aqui e também porque gostava da universidade, tinha orgulho em ter uma universidade na minha terra. Engenharia Civil não consigo perceber porquê, mas a dada altura acho que já no 9º ano havia várias opções nos cursos, escolhi Construção Civil e a ideia sempre foi fazer Engenharia Civil. Gosto, sinto aquele gosto pela profissão mas não sei explicar, é mesmo porque gosto.
U@O: Valeu a pena? SM: Valeu a pena, sem dúvida. Foi excelente.
U@O: O que recorda dos tempos da UBI? SM: De estudar que nem uma desgraçada, literalmente. O curso de Engenharia Civil tinha (não sei se ainda tem) uma política de que, estudando desde o primeiro dia tornava-se mais fácil fazer as cadeiras e para quem queria fazer o curso e não andar a passear os livros era uma filosofia a adotar e funcionava muito bem. Exigia trabalho constante desde o primeiro dia.
U@O: Como tem visto a evolução da UBI? SM: Por exemplo, a Faculdade de Ciências da Saúde sempre fui bastante cética que acontecesse, mas aconteceu e acho que com um sucesso extraordinário, na minha opinião. Em termos do curso de Engenharia Civil, tem sido bem organizado, bem direcionado, mas de facto a nossa profissão atravessa uma crise muito grande e isso é um fator que influencia imenso a escolha do curso. Ainda assim, agora sinto que há uma ligeira reversão na tendência que se manifestou nos últimos anos para pura e simplesmente não haver trabalho. Fosse bom ou fosse mau, pura e simplesmente não havia trabalho porque não havia obras, as empresas de Construção Civil vivem disso, empregam pessoas para fazer obras, não há obras, não há trabalho. Isso é incontornável no nosso país, não podemos fazer nada, a única maneira é tentar o estrangeiro, outros países onde essa crise não se manifeste. Mas também acho que fomos bastante bons nisso. Para já, somos portugueses e, portanto, desenrascamo-nos em qualquer lado e, além disso, em Engenharia Civil temos profissionais muito bons cujo valor é facilmente reconhecido lá fora, pelo menos do que eu conheço, do que acompanhei de colegas, de amigos, achei que correu bem.
U@O: Como tem sido o seu percurso profissional desde que terminou o curso na UBI? SM: Quando terminei o curso comecei a dar aulas aqui na universidade, no Departamento de Hidráulica, em Engenharia Civil, onde estive cerca de quatro anos. Depois saí, fui trabalhar para um empreiteiro de obras públicas de pequena dimensão, depois saí e fui trabalhar para uma empresa de fiscalização, onde estive dois anos e, entretanto, saí e fui trabalhar para uma empresa sediada em Lisboa, um empreiteiro de obras públicas, onde estou agora já há 12 anos. A minha função é a de chefiar a elaboração de propostas para concorrer a um concurso público, sou Chefe de Projeto.
U@O: Que conselhos pode deixar a um aluno da UBI para que possa vingar nesta área? SM: Primeiro temos que saber o que é que gostamos de fazer, mas não podemos ficar obcecados com isso, temos que ter uma visão alargada e ir tentando. Da minha experiência acho que é importante fazer diferentes coisas na área. Eu já estive em construção, na fiscalização, já dei aulas aqui, agora estou na parte das propostas e é tudo muito diferente e na realidade ao início causa um bocadinho de desconforto, mas não devemos ficar obcecados por uma determinada função, um determinado sítio, uma determinada coisa a fazer.
Perfil: Nome: Sara Mota Naturalidade: Covilhã Curso: Engenharia Civil Ano de entrada na UBI: 1994 Filme preferido: "The Blind Side" Livro preferido: "A um Deus desconhecido", de John Steinbeck Hobbies: Caminhar, ler |
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