Após um intervalo de dez anos, Rodrigo Guedes de Carvalho regressa ao romance com a obra "O Pianista de Hotel", que é, essencialmente, uma "reflexão sobre a condição humana", disse o autor e pivô do noticiário da SIC. A apresentação e a sessão de conversa decorreram na segunda-feira, na Escola Básica EB 2/3 do Tortosendo.

A enorme carga de trabalho e o convite, em 2007, para integrar a direção de informação da SIC, fizeram com que fosse impossível redigir novas obras. "Faltava-me esse tempo físico e mental", revela Carvalho. Em 2016, o jornalista foi dispensado da direção e surgiu a oportunidade de perseguir de novo o sonho de escrever que tinha desde criança.

O livro, que pode ser de difícil leitura para alguns devido à sua estrutura narrativa complexa, retrata as diversas vertentes que cada pessoa tem. "A única coisa que me fascina são as pessoas, são um universo infindável", admite Carvalho. Para além de se dirigir a um público mais maduro, o livro demonstra o enorme prazer que o autor tem de inquietar os leitores. "Gosto de desafiar os leitores porque são eles que fazem o livro".

O título da obra surgiu de uma situação pela qual o autor passou um dia, quando no bar de um hotel um pianista estava a tocar sem que ninguém lhe prestasse atenção. "O homem é sempre o homem e a sua circunstância".

Ao contrário do que aconteceu com as suas publicações anteriores, "O Pianista de Hotel" obteve um alcance muito maior no público, contando já com várias edições. Para Carvalho, a explicação é muito simples: "o mundo era outro em 2007". As redes sociais aliadas ao "passa-palavra" constituem a "força motriz de qualquer livro", revela.

Na mesa com o autor estavam Sílvia Fonseca, professora da escola do Tortosendo, e Pedro Lopes, estudante na UBI, que conduziram o debate da obra.

Apesar de admitir não ter prazos para escrever novas obras, é esperado o lançamento de um novo livro de Rodrigo Guedes de Carvalho, em maio de 2018.

A sua obra mais recente tem sido largamente comentada e está nomeada para o Prémio Autores SPA 2018, na categoria de literatura - melhor livro de ficção narrativa.