Kristina de Sofia, de nacionalidade búlgara, voluntária no Ananda Café, foi a convidada especial. A jovem está em Portugal desde Outubro e veio para se juntar a um projeto comunitário sustentável chamado Ananda Kalyani, que visa a evolução espiritual dos participantes. No projeto todos trabalham para o mesmo fim, vindos de todo o mundo para se juntar ao movimento naturalista e ecologista.

A Bulgária é conhecida como a “terra das rosas”, pois é um dos maiores produtores e exportadores de óleo de rosa damascena, substância de grande qualidade utilizada na produção dos perfumes e cosmética. Também muito conhecido é o Vale das Rosas na região de Kazanlak, onde o aroma de rosas está por todo o lado, dando o nome à própria região.

A cada soar dos sinos Búlgaros, um prato era apresentado por Kristina, e cada pessoa presente podia provar um pedaço de cultura em cada comida. Num ambiente intimista e aconchegante, ouviam-se as exaltações dos participantes, deliciados com cada garfada. A comida juntou portugueses e búlgaros a celebrarem a vida, e nada melhor do que uma boa jantarada para isso.

De acordo com Kristina há diferenças entre a comida vegetariana usada na Bulgária e em Portugal. “Queijo branco búlgaro, é o que contêm a maior parte dos pratos. Aqui, usa-se muito a soja e a seitã e nós não usamos isso. Utilizamos muitos vegetais, comemos variadas saladas e muitas sopas com consistência”.

Depois de uma deliciosa sobremesa, abriu-se o espaço cultural, onde Kristina e a sua colega partilharam um pouco sobre a história da Bulgária. Entre muitas curiosidades, ficou-se a saber que o alfabeto cirílico foi inventado na Bulgária, no século IX, por dois missionários cristãos bizantinos, Cirilo e Metódio, durante o primeiro Império Búlgaro.

A Bulgária tem uma das cidades mais antigas da Europa, Plovdiv, e é um país que valoriza muito as tradições. Segundo Kristina, o calendário búlgaro é o mais antigo e mais certo do mundo, reconhecido pela UNESCO. Nenhum búlgaro consegue viver sem música e dança, por isso mesmo durante o jantar a música estava sempre a tocar e as participantes búlgaras iam dançando. No final houve um momento de partilha, onde todos os convidados deram as mãos no meio da rua, aprendendo a dança que celebra as boas energias e a libertação.

O público teve a possibilidade de fazer uma pulseira que os búlgaros usam no início da primavera e que significa a purificação, um novo começo e o poder de uma nova vida. Em cada nó e junção das fitas brancas e vermelhas, é preciso pedir um desejo e pôr todas as forças naquele momento de exorcização de todos os problemas. Para finalizar a pulseira é preciso a cooperação da pessoa que se encontra ao pé de nós, ajudando na missão de renovação.

“Viva a Bulgária”, gritou no final da noite Jishnu, proprietário do café, cheio de energia e com um sorriso no rosto. Entre muitas risadas, boa disposição, boa comida e muito carinho foi possível contactar um pouco com um país tão característico, pelas mãos das convidadas búlgaras que serviram a todos uma refeição deliciosa e deram a conhecer a sua cultura.