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ACBI promove intercâmbio com Coreia do Norte
Rafael Mangana · quarta, 31 de janeiro de 2018 · A Associação Cultural da Beira Interior (ACBI) está a promover um intercâmbio cultural com a Coreia do Norte. Luís Cipriano, presidente da ACBI, já reuniu em Espanha com um responsável do governo norte-coreano para iniciar a preparação do intercâmbio entre a ACBI e aquele país asiático. |
Reunião inicial decorreu dia 26 de janeiro em Tarragona (Espanha) |
21972 visitas Luís Cipriano reuniu na sexta-feira, 26 de janeiro, em Tarragona (Espanha) com Alejandro Cao de Benos, Delegado Especial da Coreia do Norte e do Comité de Relações Culturais com Países Estrangeiros. A reunião entre o presidente da Associação Cultural da Beira Interior (ACBI) e aquele responsável da Coreia do Norte serviu para encetar o intercâmbio entre a ACBI e aquele país, com a ida do Coro Misto da Beira Interior à capital Pyongyang, assim como a vinda de um Coro Infantil norte coreano a Portugal. A ideia passa pela realização de três concertos com os programas “Fado” e “Música Popular Portuguesa”, assim como a vinda de um coro infantil norte-coreano a Portugal para a realização de uma tournée nas autarquias parceiras da ACBI. Entretanto, Luís Cipriano foi convidado pelo governo de Pyongyang para no próximo mês de abril estar presente no Festival da Amizade a decorrer naquela cidade, aproveitando a sua estadia para acertar pormenores em relação a este intercâmbio. A ACBI estuda também a possibilidade de realizar um concerto em Pequim (China) cidade onde faz escala antes de seguir para a Coreia do Norte. “A ideia é tentar fazer concertos na Coreia do Norte, uma vez que o Coro Misto da Beira Interior já fez concertos em tantos países, pensando sempre sob um ponto de vista musical”, explica o presidente da ACBI. Quanto ao facto de se tratar de um país pouco consensual, Luís Cipriano é peremptório: “à ACBI não lhe interessam as várias opções políticas e é sempre nestes sítios que há a possibilidade de também aprendermos, na medida em que é uma cultura completamente diferente”, considera. “Aliás, no plano do intercâmbio já ficou agendada uma visita à escola de jovens talentos e ao Conservatório Nacional de Pyongyang. A ideia é levar o que é nosso, mas sempre na perspetiva de podermos também aprender e ver aquilo que é dos outros, daí que também esteja em cima da mesa a ideia de vir um coro infantil da Coreia do Norte a Portugal”, reforça. “A vinda deles cá passa, também, por ser Portugal a conseguir patrocinadores. Por exemplo, o Circo Infantil da Coreia do Norte está neste momento em Tarragona, numa deslocação paga por uma multinacional, portanto, há sempre a hipótese de se tentar um patrocinador de maneira a que seja possível a vinda deles a Portugal, porque o coro infantil mais cinco adultos, são 20 pessoas, o que não é assim tão difícil. Se eles fizerem alguns concertos na região, as próprias autarquias poderão entrar com algum dinheiro para as viagens e o restante passará por Fundações. Por exemplo, a Gulbenkian vai trazer em setembro a Orquestra de Mulheres do Afeganistão”, destaca. O também maestro do Coro Misto da Beira Interior sublinha ainda a forma amistosa e disponível com que foi recebido em Tarragona: “das várias reuniões que já tive, em situações de deslocações do Coro ao estrangeiro, posso dizer que esta foi das melhores que já tive ao nível da disponibilidade das pessoas, da vontade que o Coro lá esteja. Inclusive, foi dito que com três meses de antecedência preparavam tudo, só temos que tratar dos apoios. Só se não conseguirmos apoios é que não iremos fazer concertos na Coreia do Norte”, garante Luís Cipriano. “Por exemplo, para a Palestina fomos para lá com uma ideia e viemos de lá com outra. A partir daí, tudo aquilo que eu vejo, eu acredito e tudo aquilo que não vejo, não sou obrigado a acreditar”, considera. De resto, lembra o maestro, “a única vez que tivemos um concerto do Coro interrompido com uma ameaça de bomba foi em 2002 na Covilhã e tivemos que evacuar a Igreja de S. Francisco. Portanto, as teorias valem aquilo que valem e muitas vezes em relação a esses países há determinadas opiniões que são encomendadas”. Quanto à deslocação do Coro à Coreia do Norte, ainda não estão definidas datas. “Já marquei várias reuniões – inclusive, com várias Fundações e com o próprio Governo – e vamos ver como correm. Se no espaço de dois meses houver novidades, apontamos ainda para setembro deste ano. No caso de não haver, ficará para o ano, porque entre novembro e março o clima lá é extremamente rigoroso e eles próprios aconselharam a não ser nessa altura e que o desejável seria sempre irmos entre abril e setembro”, esclarece Luís Cipriano.
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