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Estudantes da UBI escolhem representante
Rafael Mangana · quarta, 13 de dezembro de 2017 · @@y8Xxv Depois de cerca de uma semana de campanha, Pedro Gouveia (Lista A) e Afonso Gomes (Lista F) participaram esta segunda- feira, 11 de dezembro, num debate na UBI, que serviu para esclarecer os muitos estudantes presentes no Anfiteatro das Sessões Solenes. O próximo presidente da Associação Académica da Universidade da Beira Interior (AAUBI) é conhecido esta quinta-feira, 14 de dezembro. |
Debate decorreu na segunda-feira, 11 de dezembro, no Anfiteatro das Sessões Solenes da UBI |
22002 visitas Pedro Gouveia ou Afonso Gomes. Um destes nomes vai ser o próximo presidente da Associação Académica da Universidade da Beira Interior (AAUBI). Os candidatos à presidência da AAUBI participaram na segunda-feira, 11 de dezembro, num debate, onde esgrimiram argumentos e esclareceram os estudantes que encheram o Anfiteatro das Sessões Solenes. Tendo em comum o facto de virem da direção anterior liderada por Raquel Bento, Pedro Gouveia (Lista A - "Avançamos juntos") e Afonso Gomes (Lista F – "A força dos estudantes") admitiram ter pontos que os unem, mas algumas ideias que os separam. "Pegar nos alicerces do projeto anterior, incutindo-lhe uma nova dinâmica" foi a ideia geral deixada pelo candidato da Lista A. "Pretendemos manter as linhas do passado, oferecendo mais aos estudantes", garantiu Pedro Gouveia. O aluno de Ciências da Comunicação defende a procura de "um novo sentido, novas ambições e aumentarmos o nosso raio de ação. Não queremos estar presos, nem restritos, mas queremos avançar com todos vós e todos juntos avançarmos para um futuro melhor da nossa Universidade da Beira Interior", defendeu o candidato da Lista A à AAUBI. Afonso Gomes lembra que "a Lista F vem também do mandato anterior - que foi muito bem conseguido em vários aspetos - e decidiu, em equipa, e com o apoio da maior parte do executivo anterior, avançar para um projeto que visa potenciar as várias áreas existentes na Associação Académica". O aluno de Ciência Política e Relações Internacionais pretende "continuar o bom trabalho que foi feito a nível pedagógico, da ação social e a nível desportivo", bem como, "reativar algumas atividades extintas, fazer com que o Bar Académico volte a ter o funcionamento que tinha, em articulação com a Câmara da Covilhã e com a PSP". Também "o panorama financeiro terá de ser melhorado", sendo uma "prioridade" para Afonso Gomes. Por outro lado, "a projeção externa da AAUBI" e uma "maior representatividade dos estudantes" são outras das ideias da Lista F. Apesar de admitir semelhanças entre os programas das duas listas, Afonso Gomes explica as principais diferenças: "fundamentalmente no plano económico, a Lista A afirma haver já uma renegociação da dívida, algo que no nosso entender devia acontecer após a tomada de posse, porque neste momento somos ainda apenas listas e as dívidas existentes são da AAUBI. No plano desportivo também nos diferenciamos em alguns aspetos – nós primamos, não pela criação de academias de denominação AAUBI, apesar da sua importância e queremos lá chegar, mas pensamos que primeiramente será importante potenciarmos as valências dos nossos atletas". Por outro lado, "a forma de resolução de alguns problemas" distingue as duas candidaturas. Pedro Gouveia, pelo contrário, aponta alguns "pontos frágeis" da candidatura da Lista F, nomeadamente "no plano económico". O candidato da Lista A defende que "não existe um plano em curso", sustentando que "qualquer candidatura que apresenta medidas deveria ter soluções já pensadas para os estudantes assim que toma posse, e não deixar para depois esse tipo de processos". No plano desportivo, "quando falamos nas academias de denominação AAUBI – como o exemplo que citamos no programa do GD Mata / AAUBI – está diretamente ligado à nossa ideia de avançar juntos e de lutar por uma academia que não se prende aos dogmas dos 60 por cento, mas que procure fomentar mais formação própria e conseguir atingir os objetivos, não se prendendo a estatísticas do passado". Relativamente à herança da atual direção, "são sete os elementos da direção anterior que integram a Lista F, sendo que decidimos avançar depois da maior parte do executivo atual nos manifestar esse apoio e penso que faz todo o sentido afirmarmo-nos como herdeiros do mandato anterior", considera Afonso Gomes. Pedro Gouveia acredita que "os herdeiros do mandato anterior não são as pessoas, são os valores. Esses é que ficam. No que toca aos elementos da direção que ficaram, julgo que não é pertinente dizer que se detém uma maioria, quando a maioria não é assim tão grande", refere. "Houve uma clara divisão entre a própria equipa, mas também nenhum membro da Lista A foi pedir cargos à lista adversária e continuaram todos connosco desde o início. É seguir pelos valores e não pelas pessoas, é essa a nossa postura", reforça o líder da Lista A. Em resposta, Afonso Gomes garante que, "se a maior parte das pessoas seguiram este projeto é porque elas sim, se identificam com os verdadeiros valores da AAUBI". A situação já muito discutida nos últimos meses de subfinanciamento da UBI foi outro dos temas abordados. O líder da Lista A crê que "a forma mais profunda e que vai surtir mais efeitos de combater esta situação passa por, junto do Movimento Associativo Nacional – e no ano em que se assinalam os seus dez anos e vai haver uma reforma obrigatória -, juntamente com o Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior (RJIES), incluir uma norma de financiamento no próprio RJIES, que permita acabar com a lei criada em 2007, que é o que faz com que o subfinanciamento exista na UBI". Pedro Gouveia lembra que "é importante alertar e organizar manifestos e moções, mas muito mais importante é conseguir chegar ao cerne da questão e não ficarmos pela área demagoga". De recordar que a atual forma de financiamento reflete uma realidade que não é a realidade atual do Ensino Superior em Portugal. A UBI é, de resto, um caso paradigmático de crescimento a vários níveis, não sendo, no entanto, financiada de acordo com essa evolução. Por outro lado, há outras instituições do Ensino Superior que não tendo crescido de igual forma, usufruem de um financiamento superior por, justamente, este lhes ser concedido com base em índices que não são revistos há cerca de duas décadas. Sobre este tema, o líder da Lista F afirma estar "em concordância" com a posição adversária. "Visto que o RJIES é quem tutela a distribuição do financiamento para as universidades e visto que para o ano faz dez anos, terá de ser, de facto, discutida e imposta essa medida, que não prejudica a UBI, por aquilo que é a sua história e a sua localização". Por outro lado, Afonso Gomes acredita que "lutar contra o subfinanciamento da UBI é lutar contra a desertificação do interior, para não impedir que as pessoas venham estudar para aqui, porque acabamos por ser prejudicados pela nossa localização", considera. Outra das ideias deixadas diz respeito ao fortalecimento da imagem da UBI e da condição do estudante ubiano. Para Afonso Gomes "tem de haver um trabalho conjunto com a Reitoria, para que se possam potenciar as capacidades dos alunos. É de salvaguardar que, não só a nossa posição terá de ser de parceria com a Reitoria, mas também de reivindicação, relativamente às infraestruturas onde os alunos têm aulas e às residências, porque é esse tipo de condições que fazem com que os alunos se sintam à vontade e que consigam potenciar aquilo que são as suas valências académicas". Pedro Gouveia considera que "o fundamental na AAUBI é sermos proactivos e nós próprios captarmos essas riquezas que poderemos trazer. No caso das residências, será muito mais fácil reivindicar as mesmas quando não tivermos que tratar – como agora – do subfinanciamento crónico. Quase que não faz sentido falar em subfinanciamento e a seguir falar na construção de infraestruturas e parece-me que é um plano que não está bem estruturado", alerta. "Fundamental é a AAUBI fazer diferenças junto do Movimento Nacional e depois, sim, ter possibilidades de reivindicar a quem de direito as alterações para os estudantes e para a Universidade da Beira Interior". Relativamente às medidas concretas das duas listas para angariar mais sócios, Pedro gouveia considera que "há duas vertentes a explorar": as vantagens económicas para o próprio aluno – "que dispõe de um vasto leque de ofertas e parcerias" -, fazendo com que "a cota seja um investimento mínimo para o estudante"; "existe depois uma segunda vertente que devemos explorar cada vez mais, que é: sendo sócio da AAUBI, o aluno está a tomar uma posição ativa na representatividade estudantil, no associativismo desta academia, algo que devemos fomentar cada vez mais, para que todos os anos tenhamos um auditório cheio para nos ouvir, acontecer uma liberdade democrática todos os anos e acontecerem ideias novas todos os anos e conseguirmos dar um passo rumo ao futuro". O candidato da Lista A dá ainda um exemplo concreto: "quando um estudante chega à UBI e não tem carta de condução, tem um desconto de cerca de 60 euros, que é quatro vezes o valor da cota, sendo um exemplo dentro do vasto leque de descontos que o estudante pode usufruir", lembra. "Neste ponto estamos em discordância, porque numa associação académica que representa cerca de 7 mil estudantes, seria expectável que 20 por cento fossem sócios", considera Afonso Gomes. "Neste momento são cerca de 7 por cento, o que me leva a pensar que há pouca envolvência dos estudantes na academia e que não acham vantajoso ser sócio da AAUBI", alerta. "Queremos que os alunos sintam a AAUBI como deles, não como um órgão superior, que se sintam integrados e por isso sejam sócios da Associação Académica. A nível de descontos e parcerias que possamos ter, penso que nos devemos preocupar mais com parcerias internas e, em conjunto com a UBI, o sócio ter um desconto na refeição numa cantina, por exemplo. Pode ser um caminho por onde possamos começar", defende. Convidado a apelar ao voto, Pedro Gouveia lembra que "ambas as listas já mostraram os seus programas eleitorais, pelo que, neste momento apelo, não ao voto na Lista A, mas ao voto e ao combate à abstenção. Estarmos todos aqui é um direito que devemos reivindicar e devemos ser os primeiros a ser proactivos e a construir dentro da nossa academia". "Poderia aqui enumerar, por vários pontos, o sentido desta candidatura, mas vou escolher um: o sentimento desta candidatura é o de pertença à UBI, a esta família e quero que esta família, no dia 14, faça uso da sua voz, independentemente daquela que seja a sua escolha", reforça Afonso Gomes. "Queria também dizer publicamente que tenho um orgulho imenso na minha equipa e no trabalho que vimos a realizar juntos, e que dia 14 se oiça a força dos estudantes", remata. Antes do debate desta segunda-feira, 11 de dezembro, ambas as listas já se tinham dado a conhecer na semana anterior. No passado dia 4 de dezembro, a Faculdade de Ciências Sociais e Humanas foi o local escolhido pela Lista F para apresentar as suas ideias. No mesmo dia, a Lista A fez a sua apresentação no Anfiteatro das Sessões Solenes da UBI. Feitas as apresentações, seguiu-se o debate. Têm a palavra os estudantes da UBI. O seu representante será por eles escolhido esta quinta-feira, 14 de dezembro.
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