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Centenário da Revolução Russa na UBI
Mariana Pais · quarta, 6 de dezembro de 2017 · @@y8Xxv O núcleo de estudantes de Ciência Política e Relações Internacionais organizou uma conferência sobre o legado e o impacto atual da Revolução Russa. |
Conferência: Centenário da Revolução Russa |
22003 visitas No âmbito do centenário da Revolução Russa, a Faculdade de Ciências Sociais e Humanas recebeu a conferência “Centenário da Revolução Russa: legado, impacto e considerações na atualidade”. Promovida pelo núcleo de estudantes de CPRI este evento surgiu como um debate em torno dos aspetos positivos e negativos que a revolução trouxe para a Europa e para todo o mundo. A Revolução Russa, considerada como um período conturbado, ocorreu em março e novembro de 1917, no Império Russo. Foi um evento que mudou o mundo, sendo considerada um dos acontecimentos históricos mais importantes. Cem anos depois, ainda se considera importante debater o assunto. Os oradores convidados para esta discussão foram José Pessoa, membro da Associação Portuguesa de Amizade e Cooperação Iúri Gagárin, antiga Associação Portugal-URSS e militante do Partido Comunista Português, e José Milhazes, jornalista da SIC e antigo correspondente desta estação na Rússia, onde viveu mais de 40 anos e assistiu ao pós-revolução de forma muito próxima. Os dois convidados apresentaram posições opostas relativamente ao acontecimento e seu significado. José Milhazes, explica a revolução como um golpe para terminar com o regime provisório instituído, sendo que serviu de ambiente para que um partido radical, muito pouco representado na sociedade russa conseguisse fazer um golpe de estado, acabando com a democracia e instaurando um regime de partido único, o Partido Comunista Russo. Realçou também na sua exposição, os pontos mais críticos desta época, como a falta de liberdade de imprensa, de expressão, afirmando que “o país acabou por ruir porque apodreceu, porque deixou de haver oposição a nível partidário, deixou de haver ideias novas. A partir de 1954 tudo pintava, dançava, cantava da mesma maneira, segundo um líder, Estaline”. A URSS era nesta época e segundo José Milhazes, “um sistema económico falido porque não aguentou a corrida ao armamento”. A União Soviética perdeu “por concorrer no campo internacional com os EUA, e em conflitos em vários espaços do mundo e acabou por faltar dinheiro para fornecer armamento e apoio aos militares”. O Jornalista destacou ainda a “incompetência dos dirigentes soviéticos na remodelação do próprio sistema soviético, onde existiam desigualdades sociais muito fortes, e só em 1956 é que os camponeses soviéticos receberam o seu bilhete de identidade”. O grande fracasso do comunismo foi o facto de “acreditarem numa utopia”. Numa posição oposta o membro da antiga Associação Portugal-URSS, ressaltou os pontos positivos da Revolução Russa e o que o marxismo trouxe de bom. Para este orador, a revolução fez-se através de grandes impulsos sociais dos Bolcheviques, porque o “governo provisório não tomou nenhuma decisão relativamente às questões mais problemáticas da época, a Guerra, a posse da terra e a questão dos povos.” O projeto comunista é para José Pessoa “o mais calmo, contra a violência, a favor da paz e dos mais desfavorecidos”. O militante do partido comunista afirma que “a revolução de outubro ainda não está morta porque ainda hoje existem países que seguem o marxismo-leninismo“ dando o exemplo do Partido Comunista Chinês, com milhões de militantes. |
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