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Não é preciso ter medo das batas brancas
Letícia Sarmanho Lima e Clarissa Pion · quarta, 6 de dezembro de 2017 · Depois de ter lançado o seu primeiro livro, “A Pipa e o Amor”, a enfermeira Cátia Ladeira apresentou o seu segundo trabalho no qual tenciona tornar o hospital em um lugar agradável e humanitário aos olhos das crianças. |
Capa do livro "A Pipa e o Senhor Doutor" |
22002 visitas O anfiteatro Centro Hospitalar Cova da Beira recebeu o lançamento do livro infantil “A Pipa e o Senhor Doutor”, nesta quarta-feira, dia 29 de novembro, às 18 horas. Cerca de duas dezenas e meia de leitores estiveram presentes no auditório, que também contou com a performance da Desertuna, para animar a apresentação da enfermeira Cátia Ladeira. Passados oito meses da publicação do seu primeiro livro, “A Pipa e o Amor”, a enfermeira foi motivada a escrever um novo trabalho devido à grande adesão das crianças à sua primeira obra. “Eu noto o feedback através dos amigos da minha filha, que não largam o livro. Quando vou à escola vão sempre ter comigo a falar: ‘a pipa, a pipa!’. O melhor feedback que podemos ter nem é o das vendas, mas sim o das crianças. São os sorrisos e poder conhecê-los”, sublinhou a enfermeira e autora, Cátia Ladeira. Intitulado de “A Pipa e o Senhor Doutor”, a história gira em torno da abelha Pipa que, desta vez, fica doente próximo da época de Natal e recusa-se ir ao hospital. Com a chancela da Chiado Editora, a autora pretende mais uma vez que a abelha Pipa ensine o seu público infantil, que varia entre os quatro e os seis anos, “a verem o mundo de uma forma carinhosa e bastante lúdica”. Desta vez, a obra de Cátia Ladeira visou principalmente “desmistificar o medo que existe das crianças em relação à chamada bata branca”, assim como relembrar a importância dos valores emocionais, visto que nos dias de hoje “as crianças estão muito voltadas para a informática e redes sociais, e esquecem-se destes valores fundamentais”. “A minha ideia é tentar transmitir às outras crianças aquilo que eu transmito aos meus filhos. Quero que a mensagem deste livro chegue às crianças, pois apesar de nós (enfermeiros e médicos) fazermos doer, e eu digo isto às crianças - "vou fazer doer’, é para o bem dela, e o objetivo deste livro é tentar desmistificar este medo”, explicou a enfermeira Cátia Ladeira. O lançamento do livro “A Pipa e o Senhor Doutor” contou com a participação de especialistas, tanto da área de Saúde quanto de Literatura, e cada um expressou a sua opinião sobre a relevância desta obra para o público infantil. “Utiliza-se de uma linguagem fluida, muito simples e cativante para contar uma história muito comovente, e isto é muito importante para captar as crianças e passar-lhes alguns valores”, afirmou o escritor João Morgado, ao falar da sua visão sobre a importância deste tipo de leitura. O presidente de Administração do Centro Hospitalar da Cova da Beira, João Casteleiro, proferiu o seu agradecimento a Cátia Ladeira em virtude de considerá-la um exemplo para a sociedade pois, “para além da sua atividade profissional, como enfermeira, ela também tem a disponibilidade, física e mental, para transmitir” a sua experiência aos mais novos. “Se não tivermos exemplos, pessoas que consigam transmitir aquilo que é a sua experiência de vida académica, as crianças de facto continuarão a ter medo das batas brancas, das polícias ou dos bombeiros, e sem ter noção de que todos nós queremos fazer o bem”, completou o presidente. Para a vereadora da cultura da Câmara Municipal da Covilhã, Regina Gouveia, o que mais lhe chamou a atenção na obra foi “o uso da personificação dos personagens para abordar questões sérias, como neste caso o medo das crianças em relação aos profissionais e ao espaço de saúde”. Além dos elogios ao trabalho da escritora Cátia Ladeira, as ilustrações que compõem a obra também foram bastante destacadas pelos convidados na apresentação. O artista brasileiro Bruno Castro foi o responsável por ilustrar as duas obras de Cátia Ladeira. A parceria entre a escritora e o artista sucedeu a partir das redes sociais. “Eu sei que foi um risco, pois não o conheço pessoalmente, mas adorei o seu trabalho e entrei em contacto imediatamente. Já dissemos várias vezes quando conversamos que esperamos que a Pipa faça-nos conhecer (um ao outro)”, revelou a enfermeira. O convidado Ricardo Costa, pediatra e diretor da Neonatologia do Hospital Pêro da Covilhã, o qual serviu de inspiração para a criação do personagem “Senhor Doutor”, ressaltou duas iniciativas realizadas na Covilhã, que assim como o livro, “tentam tornar o hospital num ambiente mais humano, onde as crianças se sintam confortáveis e bem recebidas”: a “Semana do Bebé”, realizada há 11 anos no hospital da Covilhã, e o “Hospital Faz de Conta”, uma atividade promovida pelo Núcleo de Estudantes de Medicina da Universidade da Beira Interior, reforçada com o apoio deste hospital. A Tuna Académica da UBI (Universidade da Beira Interior), a Desertuna, esteve no lançamento do livro a convite de Cátia Ladeira, para atrair e entreter o público, sobretudo, as crianças. Foram interpretadas três músicas autorais: “O Hino à Desertuna”, “O Tuninho” e “A Covilhã”. Cátia Ladeira participará do evento “Natal com Arte”, a ser realizado na Covilhã até o dia 13 de janeiro. No dia 17 de dezembro, no espaço “sonhos de Natal”, a enfermeira falará mais sobre o seu novo livro e distribuirá autógrafos para os pequeninos. |
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