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Comércio livre ou Protecionismo na economia dos mercados?
Teresa Catarina e Carolina Faustino · quarta, 29 de novembro de 2017 · A tendência para a desertificação do mundo rural, e até da própria Península Ibérica, foi um dos temas debatidos na ação de informação “Tratados de Livre Comércio - Impactos na agricultura e florestas”. |
Ação de Informação "Tratados de Livre Comércio - Impactos na Agricultura e Florestas" |
21946 visitas O Auditório da Biblioteca Central da UBI, recebeu, no passado dia 23 de novembro, uma sessão informativa acerca dos Tratados de Livre Comércio, bem como da sua influência na agricultura e nas florestas. José Pires Manso, professor catedrático de Economia, começou por abordar assuntos relacionados com a segurança alimentar, a agricultura sustentável e a silvicultura, assegurando que o setor agroalimentar garante uma "dieta segura e saudável." Pires Manso acrescentou que o acesso ao mercado, o apoio doméstico (nomeadamente, subsídios), a concorrência e as exportações são os pilares da agricultura, tendo apelado ainda ao investimento na inovação da agricultura e explicado os novos conceitos de crescimento azul e economia circular, que consistem em desafios para a União Europeia (UE). “Já fui um enorme defensor dos mercados livres e, atualmente, estou a pensar virar-me para o lado oposto” disse Pedro Almeida, sucessor de uma sociedade agrícola familiar, que se identifica como um “agricultor moderno, um burocrata da agricultura” de mãos limpas e pouco calejadas. Pedro afirma que “Portugal não saiu do protecionismo”, posição contrária à ideia de livre-comércio, e realça a importância e relevância desta sessão de esclarecimento ter decorrido na Covilhã, uma das regiões mais castigadas no que toca a este tópico. Pedro considera que a legislação ambiental e da proteção dos solos limita “a maneira de produzir, encarece a produção” e, consequentemente, originou a abertura de um canal comercial aberto para o Canadá, onde, ao contrário de Portugal, não convenções referentes a “cursos de fitofármacos, máquinas agrícolas e, futuramente, o curso de tratador de animais, que são necessários independentemente dos anos de experiência da pessoa.” O deputado do PCP no Parlamento Europeu, Miguel Viegas, que integra a Comissão dos Assuntos Agrícolas e a Comissão Económica, manifestou-se a favor do comércio internacional, mas reconhecendo que apenas “aqueles que são competitivos sobrevivem”. Adiantou que a UE está a negociar um acordo económico com o Líbano e que é um país que importa dez vezes mais do que exporta:“80% do comércio internacional baseia-se em mercados substitutos”, sublinhou Miguel, após explicar a lógica concorrencial das multi-internacionais para “abater os mais fracos.” A iniciativa, organizada pela Associação Distrital dos Agricultores de Castelo Branco, contou com a presença de cerca de três dezenas de pessoas, tendo sido debatidas questões como a comercialização do borrego australiano, a Rede Natura e a forma como as grandes superfícies alteraram completamente o modo de compra do consumidor, uma vez que apresentam preços mais baixos e uma maior variedade de produtos agrícolas e agropecuários. |
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