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A floresta somos todos nós!
Ana Barbosa · quarta, 15 de novembro de 2017 · Em 10 de novembro, dia em que o Governo reconheceu como catástrofe natural o conjunto de incêndios deflagrados em setembro de 2017 nos concelhos de Covilhã, Fundão, Sertã e Penafiel, o Auditório Municipal da Covilhã recebeu o Fórum/Debate "Floresta Somos Todos Nós. Agir já! Alerta Sempre!". O evento, organizado pela Câmara Municipal da Covilhã, reuniu especialistas, autarcas, organizações florestais e muitos interessados. |
Auditório Municipal encheu para o debate sobre a floresta |
21958 visitas Só este ano, no concelho da Covilhã arderam mais de 6.500 hectares de floresta e os prejuízos ultrapassaram os sete milhões de euros. Com foco nestes números e em outras catástrofes naturais que atingiram a região nos últimos anos, a Câmara Municipal da Covilhã colocou a floresta na pauta do dia e promoveu o Fórum/Debate "Floresta Somos Todos Nós. Agir já! Alerta Sempre!". A Sessão de Abertura foi feita pelo Presidente da Câmara, Vítor Pereira, que realçou a importância de valorizar a rentabilidade relacionada com a floresta e agricultura e assumiu que “as autarquias também têm um papel importante na proteção contra incêndios”. Também participou no debate o técnico do Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF), Rafael Neiva, que garantiu que “o ICNF já está a levar a cabo várias ações de intervenção, estabilização do solo e trabalhos de limpeza dos leitos de cursos de água, limpeza de caminhos e conservação de taludes”. A Gestão de Paisagens também esteve em foco e a intervenção humana, desde que feita com planejamento e responsabilidade, foi defendida pelo arquiteto Alçada Batista: “Proibir tudo, para mim, não é o mais indicado. Homem e natureza podem conviver”. Manuel Franco, representante dos Guardiões da Serra da Estrela, plataforma cívica de cidadãos mobilizados em prol da recuperação dos ecossistemas desta montanha, questionou o papel da sociedade civil na gestão ambiental. Segundo este, “se é nas pessoas que está o problema, é nas pessoas que está a solução. Cabe aos especialistas, autarcas e organizações florestais informar e conscientizar a população a contribuir de forma activa ou não haverá mudança no que aí está”. Fechando os trabalhos, o Vereador José Armando Serra dos Reis apresentou a proposta de Plano de Medidas e Ações para o Ordenamento, Defesa e Sustentabilidade da Floresta, que incluirá várias medidas que terão em conta a resposta aos lesados, a intervenção nas áreas ardidas e a proteção à floresta que restou. O autarca garantiu ainda que “é urgente avançar com este plano, não podemos perder tempo. Ou fazemos algo até a próxima primavera/verão, ou os cidadãos já não acreditarão nas autarquias”. Cidadãos comuns interessados no tema e preocupados com os últimos acontecimentos marcaram presença e gostaram de ver que há uma movimentação de vários setores da sociedade em prol de um objetivo comum. É o caso de Ana Almeida, desportista e frequentadora da Serra da Estrela, que defende a necessidade de se "realizar um trabalho em rede, não só para reflorestar as zonas atingidas pelos incêndios, mas também na prevenção, evitando novas catástrofes". |
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