A palestra teve como principal objetivo apresentar novas vertentes no âmbito da profissão e decorreu no dia 8 de novembro, na sala 9.29,  às 11h00, com participação gratuita. Dirigiu-se aos alunos de mestrado integrado em Engenharia Civil inscritos na unidade curricular “Avaliação, Qualidade e Reabilitação de Edifícios”, onde Sérgio Nico Albano referiu a importância de se perceber “que há outras vertentes na Engenharia Civil, e o mercado imobiliário é um caminho para os mestrandos”.

 Pela primeira vez, o consultor imobiliário e licenciado pela UBI, Sérgio Albano, de 34 anos, foi convidado como palestrante pelo seu antigo professor e responsável pela organização da palestra, João Carlos Lanzinha. “Sinto-me lisonjeado com o convite, ainda mais por poder transmitir um bocadinho da minha experiência. [...] Também já estive daquele lado (dos alunos), e acho que é necessário já terem em mente que a engenharia vai além de gestão de obras e estruturas”, comentou Sérgio Nico Albano.

Docente do departamento de Engenharia Civil e Arquitetura, e professor da unidade curricular “Avaliação, Qualidade e Reabilitação de Edifícios”, João Carlos Lanzinha ressaltou o facto dos formandos geralmente não saberem  os diversos caminhos dentro desta área. “Convidamos um antigo aluno da UBI que trouxe aos alunos actuais o seu percurso depois de acabar a sua formação académica, e explicar o porquê da imobiliária ser outra área de trabalho para os novos mestres em Engenharia Civil”, contou o professor.

Com a redução da oferta de emprego no setor da Engenharia Civil ocorrido nos últimos anos, os diplomados encontram dificuldades em se integrar neste mercado de trabalho. De acordo com os dados divulgados pela Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência (DGEEC), as Engenharias são os segundos com mais desempregados inscritos no Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEEP), destacando-se os diplomados em Engenharia Civil. Este cenário acarretou uma elevada redução do número de lugares das universidades preenchidos nesta área. Em 2014, somente 26% das 600 vagas foram preenchidas no ensino universitário. Neste ano, foram ocupadas 497 das 864 vagas disponíveis na 1.ª fase de acesso ao Ensino Superior. Apesar do número de colocados ter aumentado 28% em relação ao ano anterior, 12 dos 20 cursos de Engenharia Civil ficaram vazios.

A preocupação e a falta de expectativa dos mestrandos em obter boas saídas profissionais neste campo da engenharia são questões que a palestra visava modificar. Cerca de duas dezenas de estudantes estiveram presentes, procurando trocar ideias e perceber as diferentes atividades que podem escolher como engenheiros civis. “Achei interessantíssima. Apesar de já conhecer esta área. A palestra ajudou-me a entender melhor os pormenores da profissão”, disse o estudante João Lança, de 25 anos.

Ana Laura Torres, brasileira, de 23 anos, comentou que a palestra a orientou sobre as várias opções voltadas para a Engenharia Civil em Portugal: “Para nós (estudantes estrangeiros), é difícil acompanhar como a profissão se ramifica aqui em Portugal, então a palestra me ajudou a ter noção das opções”, sublinhou. O estudante de erasmus Yasser Ibrahim, marroquino, de 24 anos, embora possua uma pequena dificuldade com a língua portuguesa, afirmou que “a palestra abriu os seus olhos para o mercado imobiliário, vindo a ser uma possível escolha” na sua carreira.

Ainda que tenha sido voltada aos mestrandos de Engenharia Civil, a palestra era aberta para todo o público. O docente João Carlos Lanzinha reforçou que sempre procura organizar este tipo de conferência, a fim de ajudar os alunos, não só para complementar as matérias, como também auxiliá-los a planejar suas atividades profissionais.