Jornal Online da UBI, da Região e do RestoDirectora: Anabela Gradim |
Ciências Polares arrefecem a Cidade Neve
Teresa Catarina e Beatriz da Silva Pina · quarta, 15 de novembro de 2017 · A Covilhã acolheu, no início deste mês, especialistas para apresentação e discussão da atual situação do Ártico e da Antártida. |
Momento de debate entre oradores e audiência |
21973 visitas A 9ª Conferência Portuguesa de Ciências Polares ocorreu nos dias 6 e 7 de novembro, no anfiteatro das engenharias da UBI. As Ciências Polares são o domínio científico que inclui as atividades relacionadas com a região polar, não necessariamente desenvolvida nos polos, pois o que acontece nos polos influencia todo o planeta, como num sistema, explica Pedro Almeida, docente da UBI e membro do comité científico. Teresa Cabrita, diretora executiva da PROPOLAR (Programa Polar Português), mencionou que a cooperação com programas polares parceiros se deve à falta de meios para o empreendimento de projetos que visam restabelecer o equilíbrio entre o Ártico e a Antártida, no que respeita aos resultados das pesquisas. “É muito difícil obter a atenção política, apesar de o tema ser muito aliciante e ilustrativamente atraente, é sempre complicado explicar às pessoas que temos de ir lá e o que vamos lá fazer”, afirmou Teresa Cabrita, acrescentando que Portugal é um dos países mais afetados pelas alterações climáticas. "Ciência Polar e Tecnologia" foi o tema abordado por Germana Santos. A convidada explicou que a meta da FCT consiste em providenciar apoio financeiro e técnico aos grupos que trabalham neste campo de estudos, entre os quais o grupo APECS. Fundos, estabilidade e representação são os principais desafios enfrentados por estes futuros cientistas. “A cooperação científica, nacional e internacional, na Antártida não é só desejável, como inevitável”, refere Rodolfo Sanchéz, membro do Instituto Antártico Argentino. Estudar os efeitos das alterações climáticas, a proteção ambiental da Antártida e as relações entre a América do Sul e esta península são os objetivos dos 50 projetos científicos previstos para 2017/2018. Ciências vivas, da terra, físicas e químicas são as principais disciplinas científicas orientadas pelos 60 pesquisadores que se dedicam ao estudo de aves, dos Pygoscelid pinguins, peixes e mamíferos marinhos, focando-se também na Glaciologia e no planctôn, pois “as macroalgas são as arquitetas do ambiente”, explicou o especialista. Rui Fernandes, docente da UBI e membro da organização, afirma que, apesar de este evento ser realizado anualmente em diversas instituições, o convite para a organização desta conferência lhe foi feito por investigadores da PROPOLAR, já no ano passado, e considera que é um prazer trazer pessoas de todo o país e de fora do país a esta região. Quanto à adesão, Rui diz que foi baixa, mas a esperada devido à localização geográfica da UBI. A propósito, Sandra Mogo realça que é um problema o facto de se estar no interior, porém “aqui quem vem está mesmo interessado, o que importa é a qualidade do que se discute e os participantes são os indicados para manter essa qualidade.” Os investigadores garantem que haverá mudanças na atividade feita na Antártida e Rodolfo Sanchéz adiantou, ainda, que a Argentina pretende formalizar, através de um acordo, a cooperação com Portugal no pólo inferior. O evento contou com a presença de vários investigadores nacionais tais como, Germana Santos, representante da FCT (Fundação para a Ciência e Tecnologia), José Seco e José Queirós, membros da APECS (Associação de Jovens Investigadores), tendo, José Xavier, um dos fundadores da mesma, integrado o comité científico. Quanto aos internacionais, foram recebidos Stephanie Winnard e Rodolfo Andrés Sanchéz. |
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