Olhar para o mapa da Beira Interior, é olhar para uma riqueza cultural, onde a informação veiculada nem sempre chega à grande maioria do público. Foi na tentativa de contrariar esta realidade que a empresa Barómetro d´Inspiração criou a aplicação "Aqui Há Beira", um projeto que vê agora o seu trabalho ser premiado pelo Turismo de Portugal.

"Esta aplicação surge de um brainstorm de ideias que não foi assim tão storm", começou por explicar Elisa Bogalheiro, o rosto da aplicação e da empresa que atualmente tem sede na cidade do Fundão. A plataforma, com nove meses de vida, vê agora o seu trabalho ser reconhecido a nível nacional no programa de apoio ao setor turístico, "Newton", pela Rede de Incubação da Região Centro e pelo Turismo de Portugal. Este programa tinha como objetivo apoiar a validação e arranque de novas ideias no sector do Turismo e acabou por reconhecer a "capacidade inovadora e empreendedora da plataforma cultural e portal turístico do Aqui há Beira, atribuindo-lhe um lugar no pódio".

O "Newton" decorreu nos últimos dois meses em Coimbra e juntou 15 projetos de toda a Região Centro, tendo terminado no dia 26 de outubro, com uma sessão de apresentação ao júri e investidores, onde foi atribuído o terceiro lugar à plataforma "Aqui há Beira".

"O nosso maior objetivo para os próximos meses é poder ter impacto na economia local e que esta plataforma também ajude a combater o isolamento das populações mais envelhecidas", começou por adiantar Elisa Bogalheiro à Rádio Cova da Beira (RCB). O prémio "Newton" acabou por abrir algumas portas à plataforma que ainda está a dar os primeiros passos no mundo das aplicações e para a CEO do projeto participar neste concurso foi fundamental. "Para nós era muito importante criar um instrumento fundamental como pensamos que é a agenda cultural da região, mas percebemos que é também importante encontrar uma forma de divulgar a região para além da agenda e através deste projeto nós percebemos como é que esse passo podia ser dado", defendeu Elisa Bogalheiro.

A empreendedora não esconde que sente uma satisfação enorme com o reconhecimento, sobretudo tendo em conta as dificuldades que o interior muitas vezes enfrenta. "Nós sabemos que vivemos numa zona desertificada, onde é difícil fixar jovens e as pessoas mais velhas muitas vezes sentem-se sozinhas e isoladas", confessou Elisa. A plataforma quer por isso ir mais além, e neste momento já se encontra a mapear experiências, no sentido da população poder também participar na oferta de eventos que são apresentados a quem visita a Beira. "No futuro pretendemos que as pessoas fiquem, desde logo, com uma visão do que gostaram, viram e podem vir a querer, no fundo uma espécie de base de dados guardada no telemóvel, algo como uma cloud pessoal”, avança Elisa, que coloca a fasquia alta no futuro deste aplicativo que junta toda a Beira à distância de um clique. A agente cultural não tem também dúvidas que ainda faltam dar "mil e um passos" para atingir o objetivo a que a empresa se propôs. "Este foi um projeto que se foi maturando e ainda está nessa fase", concluiu.

Entretanto, a plataforma "Aqui há Beira" foi também selecionada para a próxima fase do concurso Fabtur que decorreu em Coimbra e contou com projetos de todo o país. Também aqui, e num leque de dez projetos apresentados, o "Aqui há Beira" foi um dos três selecionados. "Para já estou feliz com este reconhecimento, mas vai ser estimulante e muito desafiante", concluiu Elisa Bogalheiro.