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Dançar contra o envelhecimento
Jenifer Tang e Edgar Simões · quarta, 1 de novembro de 2017 · Região "Envelhecer é continuar a ser": esta é uma das ideias deixadas pelos intervenientes num encontro promovido pela Mutualista Covilhanense para ajudar os idosos a combater a velhice através da dança. |
Iniciativa teve lugar a 25 de outubro na Mutualista Covilhanense |
21976 visitas Associada ao espírito jovem, ativo e divertido, a dança é muitas vezes posta de lado pelos idosos que se encontram, na maior parte, limitados fisicamente. Na realidade, são estes os que mais necessitam desta atividade, por estar associada ao combate da demência e por promover um envelhecimento saudável. Na palestra/workshop "Envelhecer e Ser Ativo: o Cérebro Dança?", providenciada na tarde do dia 25 de outubro pela Mutualista Covilhanense, quis-se provar que a idade não é nenhum entrave para uma vida ativa. Organizada no âmbito do Gabinete de Apoio à Família e à Pessoa Doente de Alzheimer (GAFPDF), e em conjunto com a Farmácia da Mutualista Covilhanense, esta palestra decorreu na ampla sala de convívio da instituição. Utentes de vários lares, entre os quais os da Santa Casa da Misericórdia do Fundão, familiares, membros da Mutualista e colaboradores da Escola "Pé de Dança" preenchiam um espaço aberto a todo o público. Já sem lugares sentados disponíveis e com o relógio a marcar as 15 horas deu-se início à primeira apresentação. De forma a fazer uma pequena introdução ao tema, Catarina Canário, farmacêutica e diretora técnica da farmácia da organização, deu relevo à importância do exercício físico no envelhecimento e esclareceu os idosos acerca do uso de suplementos a usar para evitar as dores físicas. "O cérebro dança?", questionava Isabel Malaca, psicóloga e coordenadora do GAFPDF, lançando o mote para uma apresentação que se focou na importância do espírito e na força de vontade, mas também na desvalorização das limitações e da própria condição física. "Ó tempo volta pra trás" entoavam os utentes num coro de palmas. O fado de António Morão tocava durante a segunda apresentação e consigo trazia um sentimento nostálgico que se instalou nos idosos. A esta nostalgia juntava-se a alegria do criar e reforçar de laços atavés do convívio entre gerações. Respondendo à questão que dá nome ao evento, "sim, o cérebro dança. Quando dançamos o nosso cérebro está ativo, com vida", refere Isabel Malaca. Terminada a palestra houve ainda tempo para o auditório assistir a uma demonstração do grupo de alunos da Escola "Pé de Dança". Um grupo de danças latinas que disponibilizam aulas na Escola Básica Pêro da Covilhã e que está sediada em Braga, que do tango ao samba, fizeram os idosos dançar não só enquanto estavam sentados, mas também tiveram a oportunidade de o fazer, entre eles, a pares. De sorriso no rosto, Cacilda Domingues, de 78 anos, utente na Mutualista Covilhanense, recorda: "sempre gostei de dançar e desde os 14 anos que danço. Dançar faz-me muito bem". Relevando a importância desta iniciativa, reforça ainda: "só danço quando existe aqui alguma atividade. Aproveito sempre". No final do evento, Raquel Ribeiro, coordenadora da Mutualista Covilhanense, refere que a atividade "teve como finalidade o divertimento, essencialmente, e o bem-estar dos nossos utentes. Nós temos sempre de ir ao encontro daquilo que lhes agrada e lhes dá prazer". Correspondendo às suas expectativas, Isabel Malaca salienta a experiência como "gratificante", explicando que "é uma atividade cheia de afeto" e que deixou todos "de coração cheiro". Esta iniciativa enquadra-se no ciclo de atividades anuais propostas pela instituição serrana que, em parceria com o GAFPDF, têm o objetivo comum de continuar a dinamizar mais palestras que incidem sobre a sensibilização da problemática da demência e do envelhecimento a toda a comunidade do conselho. |
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