A recolha de roupa e produtos de higiene pessoal é o primeiro passo desta iniciativa, integrada nas atividades do GAP-Gabinete de Apoio Psicológico, com a colaboração  de associações como a Happy Wish e a AJAS. Apoiar todos aqueles que façam parte da comunidade académica e que se confrontem com certas carências ou necessidades é o propósito a que se propõem.  

"Esta iniciativa surge no caminho da percepção de algumas necessidades existentes, a partir das quais identificamos coisas que estavam em falta", começa por explicar a psicóloga Cidália Rabasquinho. Foca-se nas dificuldades dos alunos e na pronta resposta que lhes tem de chegar, mas não esquece a restante e ampla comunidade da UBI que também pode fazer parte: "Toda a gente que possa vir a precisar poderá entrar neste projecto e será atendida com igual receptividade", revela.  

Com diversas vertentes, Dar & Receber é um projecto longo que se encontra numa fase inicial mas que se fundamenta essencialmente numa resposta social, de certa forma uma resposta da universidade à responsabilidade social. Com a reunião de todos aqueles que se preocupam com causas sociais conseguiu-se "acertar algumas possíveis partilhas e  ajudas mútuas, que levaram o projecto a avante". Essas ajudas estão mais voltadas para os estudantes provenientes de programas de mobilidade e cooperação que chegam à Covilhã "sem a percepção do frio que cá se faz sentir". Um pouco perdidos nesta diferença temperamental, a psicóloga conta que para os africanos "uma tshirt de manga comprida já é quente", ou seja, mesmo quando vão comprar "não compram as coisas certas". É preciso adaptar as necessidades à realidade e, para tal, a sociedade covilhanense também é chamada a ajudar, contribuindo para esta causa. 

Em quatro dias de angariação o balanço é, para já, positivo. A campanha conta já com a recolha de algumas caixas cheias de bens, e de outros postos com sacos de roupa prontos a recolher. Para tal, contribuiu todo o envolvimento das pessoas de cada uma das faculdades e a dinamização de funcionários e docentes. Cidália Rabasquinho mostra-se esperançosa quanto a uma boa receptividade, desejando que o projecto corra bem porque "no fundo, vai ajudar quem precisa".  

"Ser solidário está nas nossas mãos". Incentivar o envolvimento da comunidade académica através do voluntariado é outro dos objectivos que pode ser posto em prática, tanto nesta acção solidária como nas próximas que se projectam, nomeadamente a campanha dos bens básicos que se avizinha.