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"Mirror People" na rentrée musical
Ricardo Morais · quarta, 27 de setembro de 2017 · O palco da "Moagem - Cidade do Engenho e das Artes", no Fundão, recebe na sexta- feira, dia 29 de setembro, "Mirror People". É através deste alter-ego, que Rui Maia, teclista dos "X-Wife", apresenta o seu projeto de música eletrónica. Depois de “Voyager”, “Bring The Light” é o seu mais recente trabalho. O Urbi et Orbi esteve à conversa com o artista, que deixou a promessa de “pôr a malta a dançar e esquecer os problemas do dia a dia”. |
Rui Maia, criador do projeto "Mirror People". Foto: Agência Afirma |
21977 visitas Urbi et Orbi: Como é que surge o projeto "Mirror People"? Rui Maia: A ideia de formar o projecto surgiu em 2010 numa tournée com os X-Wife na América. Com a intenção de ligar a música de dança com um toque mais disco sound dos anos 70, a outras sonoridades mais contemporâneas. U@O: Trata-se apenas de um alter-ego do Rui Maia, músico e compositor, ou resulta da vontade de criar sonoridades diferentes? RM: De certa forma Mirror People acaba por ser um alter-ego meu. Apesar de gostar de muitos estilos musicais diferentes, a sonoridade do projecto cai mais para a minha faceta como DJ: portanto, sons mais ligados à música de dança, dentro do disco, indie, house e techno. Em Mirror People tenho a oportunidade de criar temas mais direccionados para um certo tipo de público que gosta de sons mais electrónicos. U@O: É mais o que une ou o que separa os "Mirror People" e os "X-Wife"? RM: São projectos com abordagens completamente diferentes. Aliás, X-Wife não são um projecto - são uma banda. Somos 3 cabeças a pensar e a colaborar para o mesmo. A estética dos X-Wife, surge na mistura de ideias do João, Fernando e minhas. Sinceramente, acho que é isso que torna os X-Wife tão únicos. Em Mirror People, os temas abordados e a própria maneira como desenvolvo as canções são naturalmente o resultado de muitas horas de estúdio, enquanto nos X-Wife as canções são mais imediatas. U@O: Como é que se gere a participação em projetos diferentes no mundo da música? RM: O tempo tem de dar para tudo! Isto é a minha vida, tenho de ser bastante organizado e ter muita força de vontade para desenvolver diariamente os meus projectos. Faço-o desde 2002 e com muito gosto. U@O: Apesar de ser um projeto a solo, nos "Mirror People" existem sempre muitas colaborações. É complicado ser o "one man show"? Como é que surgem as ligações com os diferentes artistas que participam no projeto? RM: Exacto. Em Mirror People procuro sempre trabalhar com outros artistas. Principalmente cantores. Normalmente são pessoas que vou conhecendo ao longo do percurso, e que acho que podem encaixar no projecto. Gosto de trabalhar com outras pessoas, de trocar ideias. De certa forma, este processo por vezes muda a minha visão perante determinada canção e a colaboração ganha aí a sua importância. U@O: Em termos de estilo como é que se podem definir os "Mirror People"? É um projeto de eletrónica pura? RM: A meu ver Mirror People é um projeto com influências do disco dos anos 70, com outros sons mais electrónicos e indie contemporâneos. Costumo dizer que fazemos uma sonoridade "Disco" com um toque de "New Wave". U@O: Quais têm sido as principais influências para a criação dos discos? RM: No primeiro disco quis explorar mais uma estética disco. Imaginei uma banda com muitos elementos. Considero o "Voyager" um disco mais humano e solarengo. Tem muitos sons da terra e de diferentes culturas. Mas acima de tudo é um disco cheio de "sol" e com uma energia muito positiva. O "Bring The Light" tem uma estética completamente diferente, e surge na ressaca do "Voyager". É mais sintético e aborda o tema da cidade - do seu lado mais sujo e obscuro. São ambos mundos com que me identifico. Costuma-se dizer que cada álbum é um pedaço do seu criador num determinado espaço de tempo. De facto, o meu estado de espirito influenciou completamente a sonoridade dos diferentes álbuns. U@O: Primeiro "Voyager", e agora "Bring The Light". Exista alguma ideia particular por detrás do nome dos discos? Como é feita a escolha? RM: O "Voyager" surge exatamente pelas diferentes colaborações que o álbum tem. Artistas com culturas completamente diferentes, por exemplo o James Curd que canta no tema "Look Out" é um DJ americano a residir na Austrália, as raízes musicais dele são vincadas pelo House de Chicago. A Rowetta é vocalista dos Happy Mondays, uma banda importantíssima da cena de Manchester dos anos 90, mais virada para o Indie Pop com influências do Acid House. Eu sou um portuense a residir em Lisboa que cresci a ouvir música gótica e pós-punk, entretanto ganhei um grande fascínio pelos sons eletrónicos. Ou seja, para concluir, todos estes artistas que participam no disco, com diferentes culturas contribuem para uma espécie de "viagem". Daí o nome do disco. O "Bring The Light" apareceu numa altura diferente da minha vida. Foi escrito sempre com a palavra "esperança" na cabeça. A "luz" que falo aqui é deixada à consideração do ouvinte: Qual é a "luz" que este disco pode trazer? U@O: Do primeiro para o segundo trabalho há mudanças em termos de estilo? RM: Existem algumas mudanças naturais e que defendem a estética de cada disco. Mas sendo eu o produtor em ambos existem muitos elementos que são semelhantes. U@O: Depois de "Bring The Light" quais são os planos de "Mirror People"? RM: Continuar a escrever e a editar música que me faz vibrar e que acredito. Não tenho um plano definido, mas sei que chegará o seu tempo. Para já estou a promover este último disco que saiu no inicio de 2017. U@O: Como é que o Rui Maia vê a música que atualmente se faz em Portugal? RM: Em Portugal existem cada vez mais artistas com qualidade. Bons músicos, com um sentido estético bem definido. Eu gosto de alguns. U@O: O que podem esperar os espetadores que forem ver "Mirror People", no dia 29 de Setembro, às 22h30, no palco d ́A Moagem, no Fundão, nos "Sons à Sexta"? RM: Vamos ser 4 em palco e temos alinhado um concerto contínuo sem paragens em que tocamos temas dos 2 álbuns. Já conhecem o nosso som, portanto vai ser para dançar! U@O: Quer deixar um convite aos leitores do Urbi et Orbi para assistirem ao concerto dos "Mirror People"? RM: Sim claro. Venham ver o meu projecto Mirror People. Tocamos poucas vezes ao vivo e estamos a fazer algo realmente especial: um concerto eletrónico com guitarras, bateria e sintetizadores, sem pausas e com o objetivo de pôr a malta a dançar e esquecer os problemas do dia a dia. Fujam da rotina e apareçam no dia 29 de Setembro na Moagem no Fundão. |
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