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Um Doutoramento "inovador"
Rafael Mangana · quarta, 16 de agosto de 2017 · @@y8Xxv Arranca este ano letivo 2017/2018, na Faculdade de Artes e Letras (FAL) da Universidade da Beira Interior (UBI), o Doutoramento em Media Artes. O curso de 3º. Ciclo conta com 15 vagas e tem candidaturas abertas até ao próximo dia 25 de agosto, que podem ser feitas online. O Urbi et Orbi foi saber mais pormenores sobre esta oferta formativa da UBI junto daquele que será o seu diretor: Francisco Paiva, docente e investigador da FAL-UBI. |
Doutoramento em Media Artes funcionará na Faculdade de Artes e Letras da UBI |
22009 visitas Urbi et Orbi: Como é que nasceu este Doutoramento de Media Artes? Francisco Paiva: O Doutoramento em Media Artes decorre da progressiva e sustentada consolidação da área de formações de índole artística oferecida pela UBI, que começou no ano 2000 com a criação dos cursos de licenciatura e mestrado em Design Multimédia, Design Industrial e Design de Moda, logo seguidos dos cursos de Cinema e de Arquitectura e de Ensino das Artes Visuais. Estas áreas tiveram uma repercussão direta no campo da investigação, cuja expansão este Doutoramento vem igualmente facilitar. Além destas razões institucionais, naturais numa Universidade, este Doutoramento responde a um desiderato epistemológico estratégico, que passa pela promoção da interdisciplinaridade entre domínios do conhecimento e da criação que surgem cada vez mais integrados nos âmbitos teóricos, críticos, operativos e mesmo tecnológicos.
U@O: A quem se dirige essencialmente? FP: Como explicitámos nas condições de ingresso, publicadas no site da UBI, este programa dirige-se essencialmente aos detentores do grau de mestre no domínio das Artes ou Humanidades afins, bem como a criadores nos âmbitos do Design, Cinema, Multimédia, Artes Visuais e mesmo Artes Performativas interessados na realização de um itinerário conducente à dissertação ou ao desenvolvimento de um projeto original, devidamente enquadrado nas problemáticas do Doutoramento.
U@O: O que é que os potenciais alunos podem esperar do Doutoramento em Media Artes? FP: Antes de mais, uma resposta à expectativa de enquadramento académico pleno do conhecimento artístico, que acompanha a tendência internacional. Esta atenção às poéticas contemporâneas ditou uma estrutura curricular mais centrada nos aspectos conceptuais, teóricos e críticos que nos aspectos de índole taxonómica ou historiográfica, capaz de refletir sobre a evolução dos media artísticos convencionais da pintura, da escultura, do design, do cinema ou do vídeo para os campos híbridos das artes imersivas e interativas, experimentadas em instalações e performances que utilizam novos media, reais ou virtuais, ou integram os antigos e os novos meios em novas criações.
U@O: Quais são as características diferenciadoras deste Doutoramento? FP: Relativamente à generalidade dos doutoramentos oferecidos pelas universidades portuguesas, o Doutoramento em Media Artes oferece duas vias para a obtenção do grau de Doutor, considerando a investigação artística a par das teorias da arte, na melhor tendência anglo-saxónica. A investigação processa-se em torno de problemáticas, ao invés de ficar refém dos habituais espartilhos disciplinares. O regime de funcionamento modular das UC do primeiro ano é igualmente inovador, na medida em que exigirá aos doutorandos labor em diversas frentes, monitorizado por diferentes docentes que proporcionam o contacto com um leque muito variado de matérias e propostas de trabalho. Os 2º e 3º anos, destinam-se ao desenvolvimento do plano de trabalho individual, em estreito contacto o com o orientador, mas tem um seminário obrigatório que proporciona a interação periódica com os demais doutorandos.
U@O: Uma das particularidades deste Doutoramento é o facto de contar com um protocolo de cooperação com a Faculdade de Belas Artes da Universidade do País Basco, conceituada nestas áreas. Qual a importância desta parceria? FP: Sim, no campo da investigação o desenvolvimento de parcerias sempre foi fundamental. Neste caso, o protocolo com a Universidade do País Basco permitirá, no imediato, o intercâmbio de docentes, complementando as nossas valências com o contributo de professores visitantes, que emprestam o seu prestígio e saber ao nosso curso. Prevê-se igualmente o intercâmbio de alunos/doutorandos, processo que obviamente enriquecerá o seu percurso e a sua maturidade, beneficiando reciprocamente do contacto com contextos, colegas e infraestruturas de investigação das entidades parceiras.
U@O: Como é que se vai articular com a unidade de investigação LABCOM.IFP? FP: O Grupo de Artes e Humanidades do LABCOM.IFP, que integra 22 investigadores doutorandos em áreas artísticas, tem um percurso reconhecido de trabalho em torno das questões da criação contemporânea, em particular sobre a intermedialidade e a condição tecnológica das artes. Os doutorandos poderão desenvolver os seus projetos nestas linhas de investigação ou poderão propor linhas de trabalho novas, com maior ou menor autonomia, em função dos objetos de estudo e da articulação com o plano de ação da unidade de I&D. Os doutorandos beneficiam em contínuo da nossas condições físicas, da estrutura editorial e dos eventos científicos programados.
U@O: Este era um curso de 3º Ciclo de faltava à Faculdade de Artes e Letras? FP: Houve, desde a primeira hora, um comprometimento institucional do Presidente da Faculdade e dos seus órgãos, em especial do Conselho Científico, em torno da criação deste programa de doutoramento. Também os docentes envolvidos na elaboração da proposta partilharam o entendimento unânime face à importância estratégica deste curso como culminar da oferta académica do Departamento, juntando-se às razões já aduzidas o cariz simbólico que um doutoramento sempre comporta. |
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