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"Os conhecimentos que adquiri na UBI ainda os ponho em prática hoje em dia"
Rafael Mangana · quarta, 9 de agosto de 2017 · @@y8Xxv Entrou na UBI em 1996 para tirar Gestão e foi na UBI que recolheu ensinamentos que ainda hoje lhe permitem desenvolver a sua atividade profissional. Cláudio Pereira fundou uma entidade de formação profissional na Covilhã que leva já 10 anos de atividade e que tem já visibilidade nacional e internacional na área. |
Cláudio Pereira |
22036 visitas Urbi et Orbi: Porquê Gestão e porquê na UBI? Cláudio Pereira: Gestão porque sempre foi uma área que me agradou, a UBI foi por uma questão geográfica, ou seja, não tencionava sair daqui desta região, daí o facto de ter optado pela UBI. O curso de Gestão também na altura tinha boas referências, portanto pareceu-me uma boa opção Gestão na Universidade da Beira Interior.
U@O: O que recorda dos tempos de estudante? CP: A camaradagem, os amigos que foram feitos que foram amigos para a vida e também o que aprendi. A universidade não me instruiu só com competências para poder desenvolver uma profissão, mas também me instruiu como pessoa, também me deu valores sobre os quais hoje ainda me debruço e tomo como referência.
U@O: E até que ponto o facto de a UBI se situar na Covilhã, uma cidade mais pequena, pode contribuir para esse espírito? CP: A própria cidade também tem um espírito académico, o que permite que as pessoas se integrem muito mais rapidamente e se sintam em casa de uma forma mais fácil. Até por estas razões, acredito que muitas pessoas acabam o curso e depois acabam por ficar, porque se identificam não só com a região, porque depois também acabam por criar raízes, o que por vezes nas universidades das grandes cidades não acontece. Acho que nessas circunstâncias se vai à procura de uma oportunidade, vai-se à procura do desenvolver de uma profissão, mas pouco mais. Não quer dizer que depois não surjam outras coisas pelo caminho, mas essencialmente a perspetiva é essa, julgo eu.
U@O: Falando concretamente no curso, correspondeu às expetativas? CP: Correspondeu e foi de grande utilidade e os conhecimentos que adquiri ainda os ponho em prática hoje em dia. Acho que a preparação para a minha vida profissional foi muito boa, ainda que eu realizasse um desenho ligeiramente diferente do curso na altura – não sei como é que ele agora está, até pode estar cem vezes melhor do que na altura –, que precisava de limar algumas arestas. Mas o essencial ficou cá e ajuda-me bastante hoje em dia na profissão que tenho. Nesse sentido, aconselharia o curso sem qualquer espécie de dúvida.
U@O: Como tem sido o seu percurso desde que tirou o curso? CP: Na altura saí da universidade, comecei a estagiar pouco tempo depois, após o estágio fizeram-me uma proposta de trabalho para continuar na empresa, continuei na empresa, depois saí e abracei um projeto: a Codinfor. Surgiu a ideia de desenvolver uma empresa de formação profissional, consegui a concretização do projeto, rapidamente – em dois ou três meses – a empresa abriu e depois daí em diante tenho passado por altos e baixos, como qualquer organização empresarial, a concorrência tem sido feroz o que faz também com que te desenvolvas e te esforces e inoves. Tem sido sempre este o caminho, procurar algo diferenciador que nos permita desenvolver um crescimento sustentado. Hoje em dia as organizações não podem ser estáticas, têm que estar em constante mutação, caso contrário afundam, e o desafio é esse mesmo, embora desgastante é sempre muito aliciante. E já lá vão 10 anos, a empresa foi constituída em julho de 2007, abriu as portas ao público a 1 de outubro de 2007.
U@O: Portanto, foi uma aposta ganha? CP: Sim, julgo que sim. Faria muitas coisas de maneira diferente, mas se me colocassem o desafio novamente aceitá-lo-ia de forma imediata, não voltaria atrás.
U@O: Pegando numa ideia que deixou anteriormente, pensa que o adaptar-se às realidades poderá marcar a diferença entre o sucesso e o insucesso? CP: Atualmente sim. A perspetiva que eu tenho de uma entidade formadora – e eu falei entidade e não empresa, porque existem muitas entidades formadoras que não são empresas - o desafio é esse mesmo, é desenvolver e criar algo diferente e quando encontramos essa diferenciação, é explorá-la ao máximo nestas vertentes para tentar obter o maior rendimento possível dessa diferenciação. Essa é a nossa aposta, nós atualmente somos a única empresa da região centro do país com uma certificação internacional na área das energias eólicas, apenas existem seis no nosso país. Obtivemos essa certificação no ano passado, já trabalhamos no setor da energia eólica desde 2009 e esse know how que temos vindo a adquirir estamos a colocá-lo em prática e tem-nos dado aqui a especialização que sempre procurámos e ambicionámos e tem-nos trazido alguma visibilidade nacional e agora já internacionalmente, porque esta certificação é internacional e está-nos a permitir abrir portas que dificilmente conseguiríamos abrir. Fugimos um pouco à formação financiada e os fundos comunitários a nível da formação para entidades privadas começaram-se a esgotar e essas contingências fizeram com que o futuro começasse por esta diferenciação que nós obtivemos e julgamos ser esse o caminho. Estamos a trabalhar numa nova certificação também internacional dentro do mesmo setor e tem sido esse o nosso trajeto e tem-nos trazido até agora, julgo eu, a bom porto.
U@O: Fala-se recorrentemente na “interioridade”, mas o Cláudio apostou e prosseguiu a sua vida profissional no interior e na Covilhã. O que pensa deste tema? CP: A resposta que eu dou a essa questão da interioridade pode passar pelo seguinte exemplo: destas seis empresas que estão certificadas a nível nacional, três estão no Porto, uma em Lisboa, outra em Vila Real e nós na Covilhã e temos conseguido captar alguns clientes de outras zonas do país, de polos empresariais mais fortes do que o nosso na nossa região. Por que é que vêm para cá e não ficam nessas entidades? Por diversos fatores, como é óbvio: pelo preço, pela diferenciação, pela qualidade daquilo que transmitimos, inclusivamente na semana passada tivemos pessoas que vieram de Inglaterra para frequentar formação connosco quando podiam ter ficado em Lisboa ou no Porto, cidades onde o avião pára, e vieram ter formação connosco, o que é gratificante para nós.
U@O: O que diria hoje a um aluno de Gestão da UBI para ter sucesso nesta área? CP: Primeiro de tudo, muita persistência. O mercado de trabalho não está fácil, mas tem que se apostar constantemente, mesmo depois da licenciatura ou do mestrado deve-se continuar a apostar na formação pessoal e profissional e essas apostas mais tarde ou mais cedo trarão frutos. É necessário ser persistente, é necessário desenvolver ideias, agarrar as boas ideias, amadurecê-las e depois colocá-las em prática. Se forem boas vai aparecer alguém que as vai abraçar.
Perfil: Nome: Cláudio Pereira Naturalidade: Covilhã Curso: Gestão Ano de Entrada na UBI: 1996 Filme Preferido: "Instinto" Livro Favorito: "A rapariga do comboio", de Paula Hawkins Hobbies: Correr, bricolage e ouvir música |
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