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Mira, un Lobo na Moagem
Gonçalo Almeida · quarta, 10 de maio de 2017 · O primeiro semestre de 2017 trouxe cinco bandas ao auditório do Fundão. Uma vez por mês, diferentes artistas deslocam-se ao Centro de Artes e Engenhos para consagrar a música portuguesa no Interior. Nesta primeira sexta-feira de maio, foi a vez de “Mira, un Lobo” que encerraram esta segunda edição. |
22003 visitas A parceria entre a Antena 3 e a Câmara Municipal do Fundão, intitulada “Sons à Sexta”, trouxe ao auditório d’A Moagem os Mira, un Lobo. A banda de Luís Sousa e companhia encheu o espaço com um espetáculo de luz, cores e sonoridades eletrónicas. Na plateia, o desconhecimento sobre a banda era geral, e as dúvidas acerca da sua nacionalidade foram dissipadas logo nos minutos iniciais do espetáculo. Luís Sousa prendeu a plateia com a boa disposição que se fez sentir segundos antes de entoarem as primeiras notas. Do seu primeiro e até agora único álbum, nenhuma das canções ficou por tocar e, no habitual encore até se teve que repetir uma canção à escolha do público. A banda que “surgiu para responder à depressão” apresenta claras sonoridades eletrónicas, mas “sem nunca esquecer o conceito de canção”. “Não é um estilo eletrónico demasiado duro e repetitivo. Talvez se insira mais num chill out ou dreamwaver”. Um dos membros e fundadores da banda, Luís Sousa, criou os Mira, un Lobo para fazer “face ao desemprego”: “Era uma maneira de ocupar o tempo e tentar ganhar algum dinheiro com isso”. Depois de ter conseguido um “belo contrato discográfico no estrangeiro” a banda lançou o álbum Heart Beats Slow e “como o futuro é incerto”, não está garantido que se produza mais algum, mas a vontade dos membros vai nesse sentido. O interesse em voltar ao Fundão é grande, graças “ao público respeitador e ao mesmo tempo efusivo no final das canções” e à vontade do diretor cultural Toni Barreiros que tem, segundo a banda “desempenhado um papel importantíssimo”. Para ele, esta segunda edição de Sons à Sexta “superou todas as expectativas” e, “após a pausa de verão” a terceira edição promete ser “ainda mais grandiosa”. E até já há nome para a iniciar: em setembro, os Mirror People vêm até à Moagem. Este projeto “que teve como objetivo criar uma cultura de concertos no interior” e fomentar o interesse do público local na música portuguesa, tem na parceria com a Antena 3 “a sua maior valia”. Disse-nos o programador cultural que “a primeira vez é no Fundão”: as bandas são descobertas pela equipa organizadora e só depois elas começam a passar na rádio. A ideia para o futuro passa “pela promoção da cidade através da música” e trazer ainda mais fundanenses ao auditório, uma vez que o público “ainda é maioritariamente oriundo das cidades na periferia”. Para o público presente a ideia de existir “um conceito diferente” no interior é uma mais-valia para combater o habitual “deserto cultural que se vive” por lá. José Tourais, deslocou-se pela terceira vez da Covilhã, até ao auditório da Moagem, para assistir a concertos. “A aposta em bandas desconhecidas funciona bem porque alimenta a nossa curiosidade em conhecer novas coisas da música portuguesa”, acrescentou. No final do espetáculo, o auditório estendeu-se até ao exterior para a habitual prova de gins de cereja e aí a banda teve oportunidade para confraternizar com o público com a sessão de autógrafos a prolongar-se até horas tardias. Este, para o programador cultural do Fundão, é também um dos objetivos: “Haver tempo para o diálogo e convívio entre a banda e quem se desloca para a ouvir é uma mais-valia para todos”. |
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