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A cantiga é uma arma contra a opressão
João Nave · quarta, 3 de maio de 2017 · O Café Bar Jardim da Covilhã, recebeu na noite de sábado, dia 29 de Abril, a segunda edição da “Tertúlias das letras e das canções”, organizada pela União de Sindicatos de Castelo Branco, no âmbito das comemorações do 25 de Abril e do 1º de Maio. |
A música e a poesia estiveram de mãos dadas numa noite de festa. |
21975 visitas O evento, que teve forte afluência do público, dividiu-se em momentos musicais, de poesia, e partilha de ideias, sempre com o foco colocado na temática da liberdade e da comparação entre o passado e os tempos atuais. A parte poética ficou a cargo dos conhecidos escritores da cidade da Covilhã, António José da Silva e José Manuel Macedo, que brindaram o público com a leitura de alguns poemas dos seus livros. ”A luta continua” ou “O povo unido jamais será vencido”, foram algumas das frases chave que marcaram as suas intervenções. Já a parte musical contou com atuações de Manuel Pires da Rocha, António Duarte, Rita Bernardo e ainda Ana Andaluz Caballero, que trouxe consigo um pouco da cultura espanhola para a Tertúlia. Manuel Pires da Rocha, músico na banda “Brigada Victor Jara”, salientou a importância deste tipo de eventos pela “oportunidade de ligar música e palavras com a liberdade, o que acaba por resultar num convívio muito agradável. Apesar de ser de Coimbra, não pensei duas vezes quando recebi o convite para estar presente.” Para além da parte musical participou ainda no debate, considerando que “o tempo do fascismo tinha o encanto da luta, porque a luta é um encanto, mas tinha a penosidade da derrota, da permanente derrota, e eu penso que nós, nos nossos tempos, estamos zangados porque o mundo andou ao contrário.” Com um espírito bem característico deste tipo de eventos, a participação alargou-se a todos os presentes. Mónica Ramôa foi umas das participantes, e saudou a organização salientando o poder das palavras que “conseguem agitar as nossas consciências, o que possibilita a mudança do mundo. Esta mistura da música e das letras consegue expandir-nos o pensamento, daí a importância desta tertúlia.” Luís Pereira Garra, Coordenador da União de Sindicatos dos Trabalhadores de Castelo Branco e organizador do evento, faz um balanço muito positivo, apenas possível pela participação “muito enriquecedora de todos os presentes. Recebemos canções, letras, lições e recebemos cultura, e creio que um povo culto é um povo mais preparado para enfrentar os desafios que temos pela frente. O papel da União de Sindicatos é este, lutar e promover a dignidade e valorização de quem trabalha, o que acarreta também uma componente cultural muito importante, e é isso que também pretendemos, ou seja, ajudar a formar e consolidar consciências, numa altura em que chegam sinais muito preocupantes um pouco por todo o mundo.” O final de noite foi de festa, com o canto da célebre e indispensável “Grândola Vila Morena”, que contagiou e animou todos os presentes, numa noite onde o esforço e dedicação de todos aqueles que tanto lutaram para que a liberdade fosse possível foram homenageados, e que marca “uma posição firme e sólida de que o povo está unido em torno dos seus direitos”. |
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