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Uma derrota que dita reencontro
João Botão dos Santos · quarta, 3 de maio de 2017 · A Associação Desportiva do Fundão, a jogar no seu reduto, mostrou uma boa réplica, mas acabou derrotada pelo SC Braga/AAUM por quatro bolas a duas, num jogo que fixou o confronto entre as duas equipas nos quartos- de-final do play-off |
O jogador Teka na marcação de um canto a favor da Desportiva do Fundão |
22007 visitas Com os play-off´s já ao “virar da esquina” e com o sexto lugar definido, a Desportiva do Fundão encontrava pela frente uma equipa que se afigurava como o mais provável oponente para a fase final do campeonato, o Sporting Clube de Braga/ Associação Académica da Universidade do Minho. Os forasteiros entraram de forma acutilante na quadra e até tiveram nos pés de Tiaguinho a primeira ocasião de golo, mas foi sol de pouca dura. O Fundão era uma equipa de orgulho “ferido” na ressaca de uma goleada sofrida no terreno do Rio Ave, mas depressa quis assumir a bola, controlar o ritmo do jogo e demonstrar que no seu reduto, quem manda são os beirões. Os contratempos têm assolado a época da Desportiva. Entre lesões e castigos, foram poucas as semanas em que Bruno Travassos teve todo o seu plantel disponível para o fim-de-semana. Apesar de algumas precipitações nas transições, Márcio foi o primeiro a dizer que o Fundão estava presente e o seu lance, com contornos de génio, só não foi perfeito porque a barra quis tirar protagonismo ao “oito” fundanense. O público tirou o chapéu à sua coqueluche que não se fez de rogado e no minuto seguinte desencantou a jogada que teve direito a um final feliz. Márcio aproveitou a perda de bola de André Machado para assistir Teka, que de costas para a baliza, vê a desmarcação do capitão Couto, que num remate cruzado, cheio de intenção, coloca o esférico nas redes de Xot. A Desportiva chegava assim à vantagem num contra ataque rápido. Os pupilos de Travassos até estavam confiantes e a comandar a partida ao ritmo da batuta de Márcio, mas a intranquilidade surgiu de onde menos se podia esperar. O Braga não conseguia encontrar soluções para sair da sua zona defensiva e os comandados de Paulo Tavares, apenas importunavam Iago Barros nos erros individuais dos beirões. Depois de três erros consecutivos o Braga atingiu mesmo o empate e para o efeito recorreu aos livros: Tiago Brito assiste André Coelho que numa corrida desenfreada na ala direita coloca de primeira, com conta peso e medida, no segundo poste para André Machado fazer abanar as redes beirãs, três toques e golo, simplicidade e pragmatismo. O Fundão não sentiu o tento sofrido e no mesmo minuto quase conseguiu recolocar a vantagem, o inevitável Márcio, que estava a abrir o livro, assistiu Yulián que com um toque subtil conseguiu desviar a bola de Xot, valeu Tiago Brito na linha de golo. E como não há duas sem três, já dizia o provérbio português, novo erro, novo golo e cambalhota no marcador. Disparate de Teka, que a cinco minutos do descanso, e como último homem da defesa beirã, arrisca no um para um. Bruno Cintra foi expedito, recuperou a bola e de pronto rematou não dando hipóteses ao guardião Iago. O Braga chegava à liderança da partida e o Fundão precisava claramente do intervalo para recuperar energias e a confiança. Mas quando se esperava que o resultado não sofresse alterações até ao descanso, eis que Teka decidiu redimir-se do erro no segundo sofrido e recupera uma bola no centro da quadra, dá duas passadas largas, puxa a culatra atrás e faz um golo de levantar o publico beirão. Os adeptos fundanenses e os colegas de equipa perdoaram o “23” da equipa da casa e Eskerda, a 20 segundos da buzina para o intervalo, percorre a quadra de uma área à outra e já na cara de Xot, atira muito perto do poste. No segundo tempo Vasco Ribeiro substituiu Xot na baliza minhota e Travassos ganhou um novo contratempo: Noé Pardo encostou nas boxes, como quem diz, sentou-se no banco e não mais se levantou. O pivô espanhol ressentiu-se de uma lesão na zona do joelho. Os homens do Minho, apesar de na última semana terem sete jogadores a competir no Campeonato Nacional Universitário, contra apenas três da desportiva, entraram com a corda toda. No primeiro minuto e com três cantos consecutivos, os pupilos de Paulo Tavares colocaram a defensiva fundanense em sentido. A imitar a lógica dos acontecimentos do primeiro tempo, a Desportiva voltou a reentrar no encontro, de forma menos acutilante, mas em duas ocasiões, primeiro por Teka e logo a seguir por Márcio, Vasco teve de se aplicar na defesa das suas redes. À passagem dos 28 minutos e numa grande confusão dentro da área de Iago Barros, Eskerda demora a cortar a bola daquela zona, Marinho mostrou toda a sua matreirice assistindo Bruno Cintra, que sem pedir permissão recolocou os minhotos em vantagem. Quatro minutos volvidos e os forasteiros acabariam por dar a “machadada final” nas aspirações fundanenses. Canto na direita do ataque minhoto, de André para André, de Machado para Coelho, jogada estudada e bola nas redes de Iago. Um duro golpe para a equipa do Fundão que estava a conseguir discutir o jogo e chegar com algum perigo ao último terço da quadra. Até ao apito final nota para as muitas queixas dos fundanenses em dois lances que dariam a sexta falta e consequente direito a um livro direto sem barreira. Travassos ainda apostou na estratégia do guarda-redes avançado, sendo Couto a vestir a camisola Azul, mas a equipa da casa não retirou dividendos da estratégia com um Braga a fechar as linhas para a sua baliza. No final da partida Bruno Travassos optou por não se reportar às questões de arbitragem e deixou apenas uma mensagem: “Só peço para que não se lembrem de nós, que também não nos queremos lembrar deles”, avançou o técnico fundanense. “Não fomos eficazes e isso acaba por espelhar-se no resultado”, adiantou Travassos que não deixou de acrescentar a importância das ausências de alguns atletas. O técnico Paulo Tavares perspetivou os jogos do play-off onde terá pela frente a equipa beirã e não tem dúvidas que “é injusto e mau para as duas equipas”. Para o técnico minhoto, este frente a frente só acontece fruto “da má primeira volta que o Fundão completou”, caso contrário, “ambas estariam a lutar pelo terceiro lugar neste momento”. Paulo Tavares reportou-se ainda ao Campeonato Nacional Universitário, que transformou esta semana em sete dias atípicos. “Tive sete jogadores a disputar sete jogos esta semana, apesar do nível competitivo ser mais baixo, o desgaste é muito grande”, concluiu. Na próxima jornada, última da primeira fase da Liga Sportzone, a Desportiva do Fundão irá deslocar-se ao pavilhão da Burinhosa, enquanto a equipa de Braga receberá o Pinheirense. Quanto às contas dos quartos-de-final do play-off o reencontro entre estes dois velhos conhecidos está marcado para o dia 20 de maio, no pavilhão Municipal do Fundão. Esta fase será disputada à melhor de três: a primeira equipa a alcançar duas vitórias passa para as meias-finais. Se ao fim dos dois primeiros jogos cada equipa tiver uma vitória, o terceiro jogo será disputado na cidade de Braga.
Ficha técnica:
AD Fundão: Iago Barros, Noé Pardo, Márcio Moreira, Teka, Couto.
Suplentes: David Gomes, Eskerda, Abdul, Hélder, Danny, Bruno Serôdio, Fábio Mota, Yulián.
Treinador: Bruno Travassos
Sporting Clube de Braga/ AAUM: Xot, Tiago Brito, André Machado, Tiaguinho, André Coelho Suplentes: Vasco Ribeiro, Nílson Miguel, Rui Silva, Eli Júnior, Rui Oliveira, Jonas, Marinho, Bruno Cintra.
Treinador: Paulo Tavares
Árbitros: António Almeida e Raúl Maia (Vila Real). Cronometrista: David Veríssimo (Castelo Branco). |
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