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Contos de docente da UBI representados no Brasil
Rafael Mangana · quarta, 26 de abril de 2017 · Cultura Contos do docente da Faculdade de Artes e Letras da UBI, João de Mancelos, serviram de base para representação teatral levada à cena no Rio de Janeiro pela companhia de teatro Cia Falácia. |
João de Mancelos é docente da Faculdade de Artes e Letras da UBI |
22015 visitas Depois de ter atuado em Portugal, no Chapitô, a companhia de teatro Cia Falácia vai levar à cena no próximo mês de maio, desta vez no Rio de Janeiro, no Brasil, o espetáculo "Histórias que não deviam ser contadas". A representação baseia-se em dois contos de João de Mancelos, professor na Faculdade de Artes e Letras da UBI, e em outras duas histórias de Rubem Fonseca, um romancista e guionista brasileiro. Os contos de João de Mancelos são "A história que eu não devia contar", publicada no seu livro As fadas não usam batom (Lisboa: Vega, 2,ª ed. 2004) e "O que sentes quando a chuva cai?", do livro homónimo (Lisboa: Vega, 2006). A encenação está a cargo de André Pais Leme e os atores principais são Alexandre Dantas e Cláudia Ventura. "A companhia de teatro brasileira Cia Falácia contactou-me, em 2015, mostrando interesse em encenar dois contos de minha autoria: "A história que eu não devia contar" (do meu livro As Fadas não Usam Batom, publicado pela Vega, em 2004) e "O que sentes quando a chuva cai?" (do meu livro homónimo, lançado pela mesma editora, em 2006)", conta João de Mancelos. "O objetivo era, juntamente com duas narrativas do escritor brasileiro Rubem Fonseca, criar um espetáculo que mostrasse personagens em situações-limite, à beira do desespero. As minhas duas histórias falam, respetivamente, acerca do incesto consentido entre um irmão e a irmã, que se amam, e do sofrimento de uma mãe quando perde um filho, por negligência. Após um breve encontro, em Portugal, com os atores Cláudia Ventura e Alexandre Dantas, e com o diretor André Pais Leme, verifiquei haver sintonia entre a visão artística deles e a minha. Dei-lhes luz verde para adaptarem os meus textos como desejassem, pois o que funciona na linguagem literária pode não resultar em palco, pelo que é necessário fazer sempre alterações", lembra o autor. "É uma honra para mim, um escritor-aprendiz, ver as minhas histórias representadas juntamente com as de Rubem Fonseca, um grande nome das letras do outro lado do Atlântico", considera o docente da UBI. "Ao mesmo tempo, surpreendi-me, pois o meu livro "As Fadas Não Usam Batom" fora lançado em primeira edição há já muitos anos, em 1998. Na altura, Luís Filipe Sarmento realizou um video-livro, no programa Acontece, da RTP2, com apresentação de Carlos Pinto Coelho. A exposição mediática levou a que a primeira edição esgotasse e que outra editora, a Vega, decidisse apostar numa nova versão do original, reescrita e enriquecida com mais algumas histórias. No entanto, durante mais de uma década, o livro ficou esquecido. Se estas representações trazem alguma notoriedade ao meu trabalho literário é-me indiferente, pois nenhum escritor não deve viver em função do êxito, sempre ilusório e temporário, mas sim da sua visão artística, compreendendo que, como afirmou Ernest Hemingway, 'a escrita é uma arte em que todos somos aprendizes e nunca ninguém será mestre'", defende João de Mancelos. |
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