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Alunos ao ritmo do sono na FCS
Sara da Silva Alves · quarta, 26 de abril de 2017 · @@y8Xxv Ajudar os estudantes a compreenderem a importância de um sono correto e esclarecer todas as dúvidas associadas a este tema foram os principais objetivos do evento “À Procura do Sono”, organizado pelo MedUBI. |
"À Procura do Sono" com a professora Maria Assunção Vaz Patto. (Foto: Sara Alves) |
22001 visitas Estará certo estudar até de madrugada antes de uma avaliação? Dormir pouco pode tornar-se um problema? O que acontece se prescindir de horas de sono para fazer noitadas de estudo ou de festa? Estas foram apenas algumas das questões abordadas na Faculdade de Ciências da Saúde, no âmbito do evento “À Procura do Sono”, e que serviram de alerta para hábitos menos adequados praticados pelos mais jovens. O sono é um período de atividade fisiológica intensa e é uma necessidade em termos de desenvolvimento. Está dependente do tempo que passou desde a última vez que a pessoa esteve a dormir e aumenta à medida que se está acordado. “Quando o balanço entre estar acordado e estar a dormir não é cumprido, há uma dívida de sono”, explica a professora convidada para esta iniciativa, Maria Assunção Vaz Patto. Esta dívida de sono, quando não é recompensada, acaba por resultar em microsleeps, que duram entre três a trinta segundos e podem revelar-se bastante prejudiciais, como no caso de acontecerem durante a condução, por exemplo. Grande parte dos acidentes de viação, dos acidentes com instrumentos de trabalho e das quedas advém da falta de sono. Por norma, são ainda os trabalhadores por turnos que apresentam maiores dificuldades com o passar dos anos, uma vez que “se tornam mais esquecidos e ficam com mais problemas de raciocínio”. Mas há mais consequências de alterações do sono, como o surgimento de doenças cardiovasculares e de infeções. Além disto, “uma falta de sono crónica pode associar-se a doenças neurodegenerativas conhecidas, nomeadamente o Alzheimer, as demências e o AVC”. Testes realizados em animais permitiram concluir que três semanas privados de sono levaram à morte de ratos, tendo sido verificadas perdas de peso, alterações na tiróide, redução da resistência a doenças e hipotermia. A insónia, “companhia dos alunos antes dos exames e restantes avaliações”, foi uma das doenças mais debatidas durante o evento. É a mais comum, afetando cerca de 15 por cento da população, e pode ser crónica ou aguda. Caracteriza-se por dificuldades no início do sono e na sua manutenção, pelo facto de a pessoa acordar demasiado cedo, e pela má qualidade do sono, o que se reflete num aumento da ansiedade, da dificuldade de funcionamento e dos problemas de saúde e de humor. “Caso tenham insónias, não tomem nada que não estejam habituados a tomar, antes de um exame. Uma das coisas que pode ajudar é chá de tília com uma colher cheia de mel. Fica uma pasta doce, mas que faz dormir. E fica-se bem no dia seguinte”, recomenda Vaz Patto. Para as pessoas que sofrem de insónias ou que têm um sono muito frágil, fica ainda outro recado: “Não usem telemóveis ou computadores na cama depois de uma determinada hora, pois isso vai interferir com o processo de sono normal, por causa das radiações e das luzes. As chamadas luzes azuis são complicadas nesse aspeto, a nível da emoção do sono e da sua manutenção também”. Para os que ficam muito stressados na fase das avaliações, o desporto é a solução. “Mesmo a estudar para exames, convém fazer exercício. Comecei a fazer exercício em dezembro e tenho noção das diferenças, pois tenho um sono fantástico nos dias em que corro. Se conseguirem, em época de exames, manter o nível de exercício físico regular, conseguem dormir melhor e conseguem recuperar melhor no dia seguinte. Estão bem no dia seguinte, estão prontos para estudar”, avisa a professora. Fazer “noitadas” durante dias seguidos não é uma boa opção. Contudo, no caso de alguma ser feita, é muito importante que sejam repostas as horas de sono no dia seguinte para que se possa voltar a fazer uma “dois ou três dias depois”. É que o facto de uma pessoa estar muitos dias sem dormir faz com que depois corra o risco de não conseguir ter “um sono tão reparador”. E se dormir pouco em tempo de festas não é recomendável, antes das frequências ainda menos, dadas as várias perturbações que isso acaba por desencadear. Num anfiteatro onde predominavam estudantes de Medicina, estes ficaram assim a saber a importância de ajudar um doente a dormir da forma mais natural possível e os benefícios de fazer com que os utentes registem todo o tipo de informações associadas ao sono em diários, para que percebam como as coisas são realmente. De acordo com Adriana Costa, Coordenadora do Departamento de Saúde e Ação Social do MedUBI, o “À Procura do Sono” serviu para “todos aqueles que perdem várias horas de sono e não as compensam devidamente, acabando por sofrer consequências”. “Achamos pertinente trazer este tema à faculdade, onde predomina aqui a área da saúde, porque vamos ter de lidar com isto não só como estudantes, mas como futuros profissionais desta área”, acrescenta. De acordo com a organização, o feedback recebido foi “muito positivo”. |
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