O orgulho de pertencer e trabalhar num meio de comunicação que se restringe ao que “interessa” e deixa de lado as “fórmulas vencedoras” dos debates e programas que nada dizem respeito ao desporto, não deixa o olhar crítico de Filipe Gonçalves de lado. O jornalista crítica de forma bem clara o modo como o jornalismo é trabalho pelos jornalistas, mas principalmente pelos agentes desportivos.

Para o jornalista, que não gosta do conceito de “jornalista desportivo”, os problemas mais graves da profissão esbarram com “o desinvestimento na grande reportagem” e com a “problemática das audiências”. Inicialmente a Sport Tv vivia de assinantes e não de audiências, neste momento e com a criação do canal Sport Tv + o paradigma mudou.

“Quem fica muito tempo fechado perde muito do que é o jornalismo”, confessou o jornalista que nesta fase da sua carreira acaba por se fixar mais como pivô de informação, acabando por estar, ocasionalmente, mais de sete horas em estúdio. A própria televisão sofreu várias mutações e a conotação negativa associada ao jornalismo desportivo estende-se à própria televisão, com o jornalista a defender que se deve lutar contra o imediatismo.

Questionado sobre que conselhos daria a um estagiário, Filipe Gonçalves é peremptório: “Tento ajudar no máximo em que posso quer no trabalho propriamente dito, quer na escrita e edição de imagens, mas é essencial prepará-los para o facto de terem que trabalhar bastante”, concluiu o jornalista