“A cultura é acordar a consciência”. Foi desta forma que José Rosa, diretor da biblioteca central da UBI, descreveu o evento que “foi bastante importante porque são necessárias mais tardes destas, são precisas tardes de cultura. A cultura portuguesa tem de ser discutida, precisamos de mostrar que estamos vivos. Por muito que pareça que a cultura portuguesa está morta, não é verdade. Em última instância, pode dizer-se que está adormecida.”

Miguel Real, escritor, ensaísta e professor de filosofia, veio à UBI para ver o seu livro “Traços Fundamentais da Cultura Portuguesa” apresentado por Carla Sofia Luís, professora na UBI. A docente é sua admiradora e expressou-o: “Admiro muito Miguel Real. É um escritor de referência neste país e, se queremos saber mais sobre a nossa cultura, temos de ler as suas obras”.

"A título institucional, agradeço o facto de este marcante momento acontecer precisamente na nossa Universidade; a título pessoal, agradeço, do fundo do coração, a dedicatória que me dirigiu a mim, ao Alexandre, à Anabela Rita e ao José Eduardo Franco, e que me deixou absolutamente sem palavras, bem como o amável convite que me dirigiu para fazer a apresentação desta importante obra dedicada à Cultura Portuguesa, que será doravante uma referência bibliográfica incontornável nesta área do conhecimento", acrescentou a docente.

Filomena Oliveira considerou que “foi uma experiência enriquecedora, em primeiro lugar, porque a UBI está num sítio maravilhoso, depois, porque é uma universidade cheia de vida, de realizações e de acontecimentos. Por isso, foi com enorme prazer e honra que participei nesta tarde”. Em relação à cultura portuguesa, considera que “é humana, está viva, em constante transformação”.

A dramaturga concordou com a afirmação do escritor de que “a cultura portuguesa não está em decadência, está em declínio”, salientando que isso acontece porque, “tal como a sociedade, as pessoas, a vida, a natureza, também a cultura tem um período de crescimento, de estabilidade e de declínio”.

Carla Sofia Luís explicou o motivo do convite a estes oradores: “Miguel Real é uma referência para mim e já há muito que o queria trazer à UBI para falar de cultura portuguesa, pois ninguém falaria melhor de cultura portuguesa que ele.” “Para se falar de cultura, obrigatoriamente, temos de falar de teatro e, para o fazer, ninguém melhor que Filomena Oliveira, encenadora e dramaturga”. 

Paulo Serra, presidente da Faculdade de Artes e Letras esteve também presente no colóquio e considerou que o evento proporcionou “uma tarde de reflexão da cultura sobre a cultura”.

Estiveram ainda presentes, na mesa, João Morgado, chefe de gabinete do presidente da Câmara de Belmonte, Evelin Leite Kantorski, da Faculdade da Grande Fortaleza, do Brasil, e Alexandre Luís, professor da Ubi e participante na organização do evento, o presidente do Departamento de Letras, Paulo Osório, e o diretor da licenciatura em Ciências da Cultura, Gabriel Magalhães.

A palestra teve lugar no Anfiteatro da Biblioteca Central da UBI.