Jornal Online da UBI, da Região e do RestoDirectora: Anabela Gradim |
Intervir na arquitectura a partir do(s) interior(es)
Sara da Silva Alves · quarta, 29 de mar?o de 2017 · A Faculdade de Engenharias da Universidade da Beira Interior recebeu o Seminário “O Interior na Nova Arquitetura Portuguesa”, uma espécie de aula aberta com arquitetos que possuem projetos mais direcionados para a arquitetura de interiores. |
Apresentação de António do Fundo Ferreira. (Foto: Sara Alves) |
21970 visitas Reabilitar espaços devolutos na zona antiga do Fundão é o objetivo dos alunos de terceiro ano do Mestrado Integrado em Arquitetura, no âmbito da unidade curricular de Projeto III. A maior parte das intervenções será em áreas interiores de algumas lojas, mas, posteriormente, também serão feitos trabalhos em edifícios de habitação. Neste contexto, José Neves Dias, Inês Daniel de Campos e João Paulo Delgado, docentes da UC de Projeto III, decidiram organizar o Seminário “O Interior na Nova Arquitetura Portuguesa”, promovendo o conhecimento e o debate através da apresentação de trabalhos realizados por quatro equipas de arquitetos. “Estas são equipas relativamente jovens e, portanto, permitem fazer a ponte entre nós, que somos mais velhos, e os alunos. É daí que vem também a razão da escolha destas equipas e deste seminário: como é que com trabalhos de interiores, muitas vezes desprezados, se pode fazer uma projeção para o exterior”, afirma João Paulo Delgado. António do Fundo Ferreira, Paulo Merlini, Paulo Santa Cruz e os Spaceworkers foram os convidados para este Seminário. No decorrer das suas apresentações, foram abordadas estratégias de início e consolidação da atividade profissional, estratégias de angariação de encomendas, estratégias de divulgação de trabalho e processos de trabalho. A “continuação da aprendizagem do projeto” foi também destacada, uma vez que os arquitetos continuam a ter aulas para aprender a projetar. Não é só para os alunos que “este tipo de eventos se revela pertinente”. Os próprios oradores também os consideram importantes: “Estamos no início do percurso e ainda nos revemos muito na faculdade, e para nós é importante conhecer a parte crítica e apresentar as nossas dificuldades. A partir daí, os alunos também vêem em nós como é que foram as nossas circunstâncias, porque não há uma forma de começar a Arquitetura ou de fazer os projetos. Há vários caminhos, há várias possibilidades”, explica António do Fundo Ferreira. Para o criador da ADOFF, a ideia da reconversão de edifícios existentes e a desmultiplicação das funções – aspectos abordados nos projetos a realizar pelos alunos, no Fundão – são problemáticas bastante atuais e aproximam os alunos da parte profissional e real, uma vez que “por uma questão de incerteza, as pessoas querem que os edifícios correspondam a várias tipologias” e não se encerrem apenas sobre uma única solução. António do Fundo Ferreira deixa ainda um apelo aos estudantes para que não menosprezem as oportunidades que lhes possam surgir, por pequenas que possam parecer, realçando que a imaturidade existente no pós-faculdade é um fator decisivo e, por vezes, o segredo da diferenciação. Os alunos, que marcaram presença em grande número, mostraram-se satisfeitos com o evento. Para Rute Martins, aluna do quarto ano do Mestrado Integrado em Arquitetura, “este tipo de seminários é muito importante, porque permite ver outras perspetivas e ter conhecimento de projetos e de arquitetos que estão agora a exercer as suas funções”. Nas palavras da vice-presidente do NAUBI – Núcleo de Arquitetura da UBI, Ana Seborro, como “o saber não ocupa lugar, é sempre vantajoso para os alunos terem contato com arquitetos que já fizeram projetos de recuperação, pois eles explicam quais as coisas com que se devem preocupar ou em que é que devem pensar”. O NAUBI, aliás, ajudou na organização, divulgando o evento e apoiando os professores que, por estarem à frente da UC de Projeto III, “nem sempre tinham tanta disponibilidade para organizar todo o Seminário”. |
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