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Futuros médicos formados na UBI receberam a Bata Branca
João Alves Correia · quarta, 29 de mar?o de 2017 · @@y8Xxv Como já vem sendo tradição, os alunos do terceiro ano do Mestrado Integrado em Medicina da Universidade da Beira Interior (UBI) foram apresentados a novas e redobradas responsabilidades ao serem empossados com a bata branca, símbolo de uma fase mais prática do percurso académico. |
Alunos repetem o juramento de Hipócrates após vestirem a bata (foto de João Alves Correia) |
21980 visitas Ao fim de três anos de estudos exclusivamente teóricos, chegou a vez dos 142 alunos do terceiro ano do curso de Medicina serem simbolicamente recompensados com a bata branca na sexta-feira, dia 24 de março, numa cerimónia que teve lugar no grande auditório da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior. Após um momento musical protagonizado pela C'a Tuna aos Saltos, a tuna médica feminina da UBI, deu-se início à primeira intervenção da cerimónia a cargo do presidente da Faculdade, Luís Taborda Barata, na qual exortou os alunos a utilizar a bata branca "não como uma barreira, mas como instrumento de comunicação com o doente, pois o objetivo é comunicar com o doente, ajudando-o para além da técnica e cooperando com ele na compreensão da vida, da doença e da morte", adiantou. Enfatizou ainda a necessidade imperativa de não sobrepor novas ferramentas tecnológicas, tempos de atendimento e outros fatores inerentes ao ambiente clínico à dimensão humana da relação médico/doente. Depois de um breve discurso conjunto por parte das responsáveis da ANEM e do MEDUBI, foi a vez de Miguel Castelo Branco, diretor e docente do curso de Medicina, contextualizar a cerimónia. A pergunta inicial do docente foi clara: "Se eu, médico, fosse um doente rodeado por profissionais que envergam uma bata branca, como é que eu gostaria de ser tratado?". Ao longo da sua comunicação, o docente insistiu que não só os valores éticos deverão ser cumpridos, como o profissional clínico deverá conjugar perfeitamente o ato de curar com o ato de tratar todo e qualquer doente de forma humana, reforçando a ideia de que o médico tem o raro privilégio de conhecer a Humanidade de diferentes ângulos. Finalizou afirmando que, por crer que cada um dos recetores da bata branca têm o sonho de mudar o mundo, "que ponham o plano que têm em ação, que vistam a bata branca e que sejam bons médicos". Presente na cerimónia, Miguel Guimarães, Bastonário da Ordem dos Médicos, focou o seu discurso numa melhor qualidade de atendimento e prestação de cuidados médicos. A título de exemplo, referiu que os cuidados médicos para doentes após os 65 anos "se encontra pelas ruas da amargura". Previu, ainda, mudanças significativas para os alunos de Medicina quando afirmou que estes "devem ter acesso aos ficheiros clínicos dos doentes, não só porque são futuros médicos, como necessitam de começar a ter mais responsabilidade e, também, porque dar-lhes acesso aos ficheiros permitirá a criação de padrões de ética cada vez mais elevados". Mário Raposo, vice-reitor da UBI, proferiu palavras de encorajamento aos discentes de Medicina, em representação do reitor da UBI, António Fidalgo. O vice-reitor apelou a "mais humanismo e profissionalismo" na arte, enfatizando ainda a nova fase profissional que os alunos "embatados" agora enfrentam. Mário Raposo foi sucedido pelos padrinhos da cerimónia e Miguel Castelo Branco encerrou os discursos com os devidos agradecimentos e desejos de perseverança. Seguiu-se o ponto alto do evento com a atribuição de uma bata branca a cada aluno, findo o qual os alunos recitaram o juramento de Hipócrates, reforçando e salientando o modo de vida e os padrões profissionais pelos quais se rejem, tendo o evento sido encerrado com mais um momento musical interpretado pela Tuna-MUS - Tuna Médica da Universidade da Beira Interior. Em declarações ao Urbi, a resposta do presidente demissionário Luis Taborda Barata foi bastante clara à pergunta de sensação de trabalho cumprido. A Miguel Guimarães couberam duas das perguntas mais importantes em relação à classe médica, nomeadamente sobre a existência de demasiados médicos e como aliciar a classe a desempenhar funções nas periferias e nos interiores do país, não esquecendo a implementação de serviços clínicos fundamentais para melhor servir os cidadãos. Símbolo de passagem, a bata branca é a indumentária entregue a cada um dos futuros médicos e representa uma nova etapa que apresenta os alunos a uma abordagem clínica prática centrada no contacto direto com os doentes. Desta forma, os alunos não só poderão observar in loco as diferentes situações que ocorrem diariamente num hospital como, ainda, pôr em prática tudo o que aprenderam durante os primeiros três anos do curso. |
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