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"Tenham orgulho em pertencer à instituição de todos nós: a UBI"
Rafael Mangana · quarta, 5 de abril de 2017 · @@y8Xxv Proveniente de uma pequena vila junto ao Douro, saiu de Resende com o objetivo de crescer profissionalmente na área das Tecnologias de Informação. Tiago Ferreira Dias licenciou-se na UBI em Engenharia Informática e não esquece a instituição que o formou, nem a cidade que o acolheu em 2005. Contando no currículo com passagens por várias cidades do país e em diferentes áreas dentro da Engenharia Informática, os desafios têm sido os impulsos que necessita para encarar a vida e trilhar o seu percurso profissional. |
Tiago Ferreira Dias |
22034 visitas Urbi et Orbi: Porquê Engenharia Informática e porquê na Covilhã? Tiago Ferreira Dias: Desde muito cedo percebi o gosto que tenho pelas máquinas, pela informação de forma geral e como ela pode ser tratada. A partir daí, foi só juntar o útil ao agradável e consegui entrar no curso onde sempre me vi. Relativamente à Covilhã, a maior parte dos jovens da minha vila, quando se candidatavam ao Ensino Superior, talvez por razões geográficas escolhiam o Porto, Viseu ou Coimbra. Eu quis ir mais longe. Além de ter um amigo que me falava maravilhas da Covilhã, o facto da UBI ser Universidade e não ser Instituto Politécnico na altura também pesou na escolha.
U@O: Valeu a pena a passagem pela UBI? TFD: Completamente. Foi aposta ganha. No princípio, confesso que não era o meu mundo ideal. Saí do meu meio, nunca tinha estado na Covilhã e foi um pouco cair de paraquedas no meio da serra. Depois, tive a sorte de morar nas residências de Santo António. Confesso que não foi fácil adaptar-me, mas gostei tanto daquilo que quando comecei a trabalhar sentia a falta das muitas pessoas com quem vivia. É uma experiência que recomendo. Em relação ao curso, inicialmente sem saber muito bem o nível de exigência, foi um pouco “agressivo” uma vez que eu vinha de um curso geral no Secundário. Mas com esforço e dedicação consegui atingir os objetivos a que me propus. Agora, depois de alguns anos de experiência profissional, de passar diversas empresas e de me cruzar com imensas pessoas na área de Tecnologias de Informação, consigo valorizar cada vez mais o curso de Engenharia Informática da UBI. Considero um curso geral, mas que prepara muito bem as pessoas para o mercado de trabalho. É um curso que nos dá as bases para uma futura especialização numa determinada área técnica. E quando fugimos ou somos desafiados a mudar de área, raramente é novo porque de alguma forma já foi abordado durante a Licenciatura.
U@O: O que recorda dos tempos da UBI? TFD: Recordo imensas coisas. Além da instituição, dos professores e funcionários, ficarão sempre marcados os momentos maiores como a bênção das pastas, a latada ou o batismo. São únicos para cada Ubiano. E depois também recordo outros eventos académicos (praxes, receções ao caloiro, semanas académicas), os momentos da noite onde toda a gente se juntava num determinado sítio (também aqui a Covilhã faz a diferença), as brincadeiras que fazíamos nas residências. Até as "bifanas especiais" do tasco do Sr. António ao lado da universidade me recordo. Há uns meses, juntei um grupo de colegas e fomos passar uns dias à Covilhã. Já não voltávamos há alguns anos, alguns de nós não tinham voltado depois de terminarem o curso. Foi maravilhoso podermos visitar as instalações e recordar inúmeras peripécias que ali vivemos, até da pronuncia dos covilhanenses tínhamos saudades. Como diz a Tuna Orquestra Académica Já b'UBI & Tokuskopus, "Quero ficar sempre estudante...".
U@O: Como tem sido o percurso profissional e por onde já passou desde que terminou o curso? TFD: Tem sido bom. Desafiante, mas considero-me realizado. Já percorri metade do país e isso satisfaz-me. Ainda durante a Licenciatura realizei dois estágios extra-curriculares no grande Porto na empresa UpWay Systems. Apesar de serem apenas estágios, penso que foi aqui que tudo começou porque tive realmente a percepção do que era o mundo empresarial e como tudo funcionava. Posteriormente, logo que terminei o curso em 2010, ingressei numa empresa de software de gestão em Braga - Ponto 25 - como WebDeveloper. Foi aqui que comecei realmente a por em prática alguns dos conhecimentos adquiridos durante a Licenciatura e que me deu oportunidade para experimentar diversas novas tecnologias até agora desconhecidas. Em 2011, mudei-me para Aveiro onde trabalhei durante perto de cinco anos na Galp Energia. Aqui especializei-me numa área técnica inicialmente como analista/programador, mais tarde fui coordenador técnico e por fim, já numa componente mais de negócio, fui team leader. Este foi um percurso de crescimento e forte aprendizagem muito importante na minha carreira profissional e que funcionou como uma espécie de trampolim para que em 2015 fizesse as malas para Lisboa. Atualmente sou consultor IT na empresa Noesis, que me apresentou um projeto desafiante na Advancecare onde me encontro neste momento alocado. Especializei-me numa área técnica e foi esse o rumo que adotei.
U@O: E nunca pensou sair de Portugal? TFD: Se calhar pelo facto da área de IT ser das menos afetadas pelo desemprego em Portugal, sempre fui um pouco reticente em relação a essa questão. No geral, penso que uma experiência internacional é sempre muito importante quer para o crescimento pessoal quer para a carreira de um profissional. Contudo, acho que depende da oportunidade que se consegue agarrar no estrangeiro. No meu caso - sem querer menosprezar quem o faz e penso que sim, terão sucesso no futuro -, além de eu dar muito valor à família, aos amigos, e ao bem estar no geral, acho que a área de IT em Portugal está em constante crescimento, e desta forma ainda tenho margem para crescer. Em termos tecnológicos, e muitas das vezes com menos recursos, nós portugueses conseguimos competir com grandes potências europeias e mundiais em diversas áreas. Perante isto, se eu sinto que tenho valor, se o meu país me dá possibilidades para crescer, neste momento porque iria eu pensar em ir para no estrangeiro?
U@O: Que conselhos deixaria a um aluno que esteja neste momento a tirar Engenharia Informática na UBI? TFD: Trabalho, dedicação, humildade e, sobretudo, nunca desistir. É verdade que o mercado está em expansão, mas também é verdade que o mesmo mercado é cada vez mais competitivo. A melhor preparação além das aulas e boas notas é sem dúvida aproveitarem todas as condições que a UBI vos oferece. Mantenham o contacto permanente com as empresas que vos visitam, mostrem quem vocês são, o que gostam mais de fazer, participem nas jornadas de informática organizadas pelo núcleo do curso. Tudo isso é importante e impulsionador para o início de uma boa carreira profissional. Ao mesmo tempo - e não é só porque toda a gente diz isto -, aproveitem mesmo a vida de estudante, aproveitem a Covilhã e tenham orgulho em pertencer à instituição de todos nós: a UBI.
Perfil: Nome: Tiago Ferreira Dias Naturalidade: Resende Curso: Engenharia Informática Ano de Entrada na UBI: 2005 Filme Preferido: Tenho 3: “A vida é bela”, “Crash” e “Slumdog Millionaire” Livro Preferido: "A rapariga do Comboio", de Paula Hawkins Hobbies: Passear/viajar; descobrir sítios novos; ver séries; um bom jogo de futebol; juntar o grupo de amigos e fazer umas boas jantaradas |
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