O Pavilhão Multiusos do Fundão foi, este domingo, 5 de Março, palco de mais uma edição da exposição canina nacional do Clube Português de Canicultura. Raças como Serra da Estrela, Dobermann e Golden Retriever foram apenas algumas das presentes nesta mostra inserida em contexto de Campeonato Nacional.

Esta exposição é já parte da vida dos eventos no Fundão. No entanto, apenas este ano passou a ter a duração de 2 dias. Sábado, no Centro Cívico da cidade, tiveram lugar testes de aptidão natural para cães de pastoreio, testes de sociabilidade e carácter, e as exposições especializadas de cães da Serra da Estrela e de cão Pastor Belga, bem como a 1ª exposição especializada de Terriers.

A divisão da exposição em 2 dias faz parte de uma estratégia que “visa aumentar o número de participantes e visitantes”, como explica o diretor técnico do evento, João Silvino, frisando que “o número de participantes em exposições caninas tem vindo a decrescer na ordem dos 10%, e nós com este novo modelo conseguimos apenas reduzir em 2% o número de participantes relativamente ao ano passado, tendo tido cerca de 400 espécies de cão em prova. Estamos por isso satisfeitos, no entanto este é um indicador de que podemos continuar a evoluir, sendo as dimensões do espaço algo a rever.”

A organização deste fim-de-semana é um motivo de orgulho para toda a região, como explica João Silvino, pois “pretende colmatar uma lacuna que é inequívoca em diversas áreas do nosso país, não sendo a canicultura exceção, que é o facto de 80% a 90% dos eventos de calendário de Campeonato Nacional de Beleza e Morfologia canina decorrerem no litoral, sendo por isso um desafio muito aliciante para nós e para toda a região.”

A exposição contou com a presença de visitantes e participantes de todo o mundo e esse é outro aspeto destacado por João Silvino. “A presença de espanhóis nestes eventos é bastante assídua, e temos inclusive bastantes participantes de outros países, como a Finlândia. O painel de júris é também um reflexo disso mesmo, tendo jurados da Colômbia, Sérvia, Irlanda, Espanha e também de Portugal.”

Dentro do ringue, os cães em exposição devem ir acompanhados pelos seus criadores, e devem correr junto a eles mostrando obediência para os jurados verem até que ponto estão bem treinados. Os dentes e o pelo são os outros elementos que o júri avalia, e por isso não é de estranhar os inúmeros criadores que ocuparam as mesas disponibilizadas pela organização para tosquiar, aparar, e até colocar laços aos seus companheiros caninos, para que possam estar mais arranjados de forma a agradar ao júri.

Para José Duarte, criador de Golden Retriever, que se deslocou desde as Caldas da Rainha, os objetivos da sua participação passam por “valorizar e mostrar aquela que é a raça de cães que mais acompanha as pessoas invisuais. Para além disso, sempre tive um grande carinho por cães e felizmente tenho possibilidade de fazer disto um hobby e distrair-me a fazer algo que gosto.”

Está já confirmada, pela organização, a realização deste evento no próximo ano, sendo que irá contar “com a novidade de ser realizada uma semana depois em relação à exposição Internacional de Valladolid. Iremos inclusive promover algumas atividades em conjunto, fruto da estreita ligação que existe já entre ambas as partes.”