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Desenho no Museu dos Lanifícios
Gonçalo Almeida · quarta, 8 de mar?o de 2017 · Cultura “Pensar pelo desenho” foi o colóquio que a Real Fábrica Veiga recebeu na tarde do dia dois de março, seguido da inauguração de uma exposição com o mesmo nome da autoria de António Delgado. |
21981 visitas O Museu de Lanifícios, na Covilhã, recebeu uma nova edição do projeto “Tardes de Quinta no Museu”. O convidado principal foi o artista António Delgado que consumou a visita com uma exposição da sua obra. Antes disso, falou-se sobre o desenho e o processo criativo do autor. Acompanhado pelo professor especialista em desenho, Francisco Paiva, e pelo editor e designer, Rui Pereira, o artista começou o colóquio com uma reflexão sobre a obra pessoal. Explicou que “o desenho serve de fio condutor e não é um fim em si mesmo”. Ainda durante a explicação do seu trabalho salienta a sua forte componente “telúrica, etnográfica e antropológica, por estar diretamente associado ao mundo rural português”. De seguida, a palavra coube a Francisco Paiva que iniciou a intervenção refletindo sobre a obra de António Delgado, atendendo ao seu caráter conceptual. Paiva rematou a sua conferência comparando o desenho com uma corrida a cavalo, “porque, muitas vezes, o desenho ultrapassa-nos” referindo-se à esfera sensível do artista. Rui Pereira finalizou o colóquio com uma alocução acerca da importância do livro em papel por ser “a origem de tudo”. Acrescentou ainda que “transmite a ideia de pele e de corpo” e “por maior que seja o avanço tecnológico” o papel será sempre a sua preferência. Terminou-se com um apelo à cidadania para que não deixem o papel morrer, mostrando a importância que um diário, um caderno de memórias e o livro têm para definir o individuo e a sociedade. Depois do colóquio, António Delgado inaugurou a sua exposição no museu: “um ensaio prático sobre um ensaio criativo do autor e o seu conteúdo pedagógico”, podia ler-se na sinopse da mesma. Disse o artista que “a exposição mostra os processos na forma de desenhar e conceber o trabalho em escultura, tecido, e iniciado a partir do desenho”, concebendo o papel e o traço à mão como sendo o “mais importante de tudo”. |
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