Urbi et Orbi: Porquê a UBI e porquê Engenharia Informática?

Filipe Quinaz: A minha ida para o Ensino Superior não foi pensada de forma estruturada. Do que me recordo, penso não ter tido na altura maturidade para perceber o peso da decisão. Felizmente, a Engenharia é algo se encaixa perfeitamente no meu perfil. Se me fui adaptando à área ou se era algo natural não consigo dizer. Hoje somos inseparáveis.

U@O: O que mais recorda dos tempos da UBI e da Covilhã?

FQ: Creio que o que faz da Covilhã uma cidade fantástica para estudar são as pessoas. Após acabar o curso fiquei na Covilhã e, mais uma vez, foram as pessoas que me preencheram a vida.

U@O: O que tem feito a nível profissional desde que saiu da UBI até hoje?

FQ: A minha ligação com a UBI mantém-se até hoje. Tudo o que faço traduz o que aprendi aí e todas as semanas falo com alguém da UBI, seja para ajudar ou para pedir conselhos.

No entanto, passei por empresas de programação, projetos de investigação, departamentos de IT de empresas de médias dimensões, startups, ideias que queriam ser startups, dei centenas de horas de formação, fui instrutor CISCO, entre outras.

Atualmente, sou CEO da Nuada, uma empresa que nasceu em 2015.

U@O: Fez parte de uma equipa que criou uma luva eletrónica para devolver a função da mão a idosos e pessoas com dor ou falta de força e capaz de suportar até 40 quilos. Como surgiu a ideia?

FQ: O facto de ter exercido atividades profissionais em várias áreas fez com que pudesse ver o problema como um todo, tendo conseguido juntar as peças do puzzle com soluções de áreas tão diversas como a Engenharia Têxtil, Mecânica, Eletrónica e Informática. É importante realçar que não o fiz sozinho, salientando o apoio amigo do Prof. Pedro Araújo, Prof. Simão Sousa e Dr. Miguel Castelo Branco, juntamente com a dedicação da Luciana Alegre, Pedro Querido e Pedro Quinaz. Poderia nomear toda a gente do departamento de Informática, que não estaria a louvar ninguém que não merecesse o meu obrigado.

U@O: Em que é que se baseia e quais pensam que poderão ser as suas principais utilidades?

FQ: A luva pode ser usada para minimizar problemas associados a falta de força na mão, ou dor. Desta forma, há aplicações claras nas áreas da saúde e industria.

U@O: Tem tido contactos de empresas para a utilização desta tecnologia?

FQ: Estamos a fazer testes piloto com algumas das maiores industrias do país. Temos também parcerias com empresas no estrangeiro, sendo a presença mais forte nos EUA.

U@O: Que portas é que esta invenção abriu?

FQ: A minha vida mudou radicalmente. Tenho hoje uma vida profissional incrível por ter decidido apostar numa das minhas ideias e ter tido a sorte de estar rodeado de pessoas que perceberam a visão e apoiaram desde sempre.

U@O: Que projetos tem para o futuro?

FQ: A Nuada fez-me mudar de cidade em 2015, e em 2017 vai fazer-me mudar de país (temporariamente), depois de um 2016 passado em viagens. A Nuada tem e terá a minha maior atenção nos próximos tempos. É provável que projetos paralelos, devido ao seu sucesso, me obriguem a diminuir as horas de sono a curto prazo, pelo que não posso deixar de planear o projeto de ir de férias, que tem sido o meu projeto de menor sucesso até à data.

U@O: Que conselhos pode deixar a atuais alunos de Engenharia Informática da UBI para vingarem nesta área?

FQ: Dou-lhe uma resposta que apesar de breve, tem um peso gigante que não será percetível facilmente. É para ler e reler: investir, investir a sério.

Perfil:

Nome: Filipe Quinaz

Naturalidade: Guarda

Curso: Engenharia Informática

Ano de entrada na UBI: 2002

Filme preferido: "O Senhor dos Anéis"

Livro Preferido: Saga "The Wheel of Time", de Robert Jordan

Hobbies: Jiu-jitsu; Viajar; Ler; Ouvir musica; Cinema; Jantares em casa com amigos e bom vinho