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Fazer a diferença na Covilhã
Poliana Simões · quarta, 3 de janeiro de 2018 · A Associação portuguesa de deficiência (APD) declarou, em 2014, a existência de mais de um milhão de portugueses com deficiência. Portugal é um dos países mais envelhecidos da Europa, dados de 2015 divulgados pela Pordata revelam que cerca de 20% da população portuguesa tem mais de 65 anos. O estudo Infofamília de 2015, criado pela Direção-geral de Saúde, apontou que cerca de 22,8% dos inquiridos nem sempre comiam o suficiente por falta de dinheiro. No entanto, por todo o país, algumas instituições fazem tudo o que podem para alterar essas realidades. Na Covilhã não é diferente, a APPACDM, a Re- food e o Centro de Atividades são exemplos disso. |
Apoio social, inclusão e carinho é a marca das instituições da Covilhã que conseguem fazer a diferença. |
21983 visitas Por iniciativa de um grupo de pais e familiares de jovens com deficiência intelectual, nasce em 2007, a APPACDM na Covilhã. A sede da instituição conta com um centro de atividades operacionais com capacidade para 60 utentes, um lar residencial com capacidade para 24 pessoas e uma residência autónoma para 5 utentes. "não existia no concelho nenhuma instituição que desse resposta a esse tipo de necessidade que as famílias sentiam", explica o presidente da APPACDM da Covilhã, António Marques. O trabalho feito por esta instituição só é possível através do apoio de 42 colaboradores, sendo estes profissionais que abrangem as mais variadas áreas especializadas: psicologia clínica, psicomotricidade, terapia da fala, médicos, técnicos de serviço social, enfermagem e geriatria. Os protocolos com os agrupamentos de escolas do Concelho da Covilhã, permitem que a APPACDM também dê apoio aos jovens do ensino regular, caso sejam sinalizados como alunos com necessidades educativas especiais. "Apostamos no desporto". Segundo António Marques, esta aposta é conseguida mediante a parceria com técnicos e estagiários da Universidade da Beira Interior em Ciências do desporto. Outra aposta neste sentido é a realização dos Jogos Adaptados da Cova da Beira com a colaboração da Special Olympics Portugal, que já vai na sua 4ª edição. Desta forma, a APPACDM se propõe a oferecer aos seus utentes, através de um acompanhamento técnico e personalizado aliado com atividades desportivas, oportunidades para que estes indivíduos possam ter uma boa qualidade de vida e inserção na sociedade. Não é possível falar em qualidade de vida sem levar em consideração o fator alimentação. O projeto Re-food, que existe a 2 anos na Covilhã, procura marcar a diferença através do apoio a famílias carenciadas e por outro lado evitar os desperdícios alimentares mediante o reaproveitamento alimentar. Os alimentos que a instituição consegue angariar são fornecidos pelos restaurantes da Covilhã, que na sua maior parte estão ligados ao projeto. Maria da Luz Batista, gestora de dia da Re-food, explica que todo o trabalho realizado pela instituição é conseguido através de voluntariado, sendo que atualmente conta com 130 voluntários, no entanto "quanto mais voluntários tivermos, mais famílias e pessoas poderemos ajudar", explica. Apesar disso o trabalho que a Re-food realiza é bastante significativo. Com o intuito de oferecer pelo menos uma refeição diária aos seus beneficiários, atualmente 22 famílias são apoiadas pela instituição, o que equivale a cerca de 70 pessoas. Se por um lado a falta de alimentos é a causa do sofrimento de muitas pessoas no país e no mundo, o isolamento da população idosa também é algo preocupante. Com uma população cada vez mais envelhecida é fundamental criar alternativas de modo a combater o isolamento dos idosos, para que estes possam ter a melhor qualidade de vida possível. É com este desejo que nasceu, a cerca de 2 anos, o Centro de atividades da Covilhã. Esta instituição conta com o apoio da Câmara Municipal da Covilhã, que fornece as instalações necessárias para o funcionamento das diferentes atividades e com o trabalho do quadro de voluntários, que na sua maior parte são estudantes da Universidade da Beira Interior. Margarida Ribeiro, coordenadora do Centro de atividades, explica quais são as atividades que são oferecidas aos idosos, que são dividias por temáticas ao longo dos dias da semana: A Segunda-feira é dedicada a música, a terça-feira ao desporto, a quarta-feira é, segundo a coordenadora o dia mais esperado pelos idosos, com a realizado do evento "Chá com biscoito", com muita música e dança. Este evento, que segundo a coordenadora, tem se revelado um sucesso, atrai um grande número de pessoas mesmo fora da Covilhã. As quintas-feiras são dedicadas a uma vertente mais cultural, com eventos que vão desde palestras à lançamentos de livros. Nas sextas-feiras os idosos têm a oportunidade de aprenderem algumas danças latinas e forró. Existem ainda aulas que se prolongam por vários dias da semana, como é o caso das aulas de informática, que possuem bastante adesão por parte dos idosos, italiano e inglês, que são ministradas por alunos da Universidade da Beira Interior, bordados, malhas, rendas, pintura a óleo e acrílico. Pensando ainda nos idosos que não sabem ler e escrever, o centro de atividades também oferece aulas de português. A preocupação do Centro de Atividades vai muito para além de fornecer entretenimento aos idosos. Pensando também a saúde dos beneficiários, durante 3 dias da semana, vários psicólogos oferecem apoio a partir do gabinete de psicologia da instituição. Outra iniciativa importante é o rastreio médico, que será realizado no mês de Maio e que conta com o apoio do MedUBI, Núcleo de Estudantes de Medicina da Universidade da Beira Interior, e de várias farmácias e óticas do concelho da Covilhã. Fazer a diferença. É esse o objetivo dessas instituições, que nos seus diferentes campos de atuação, pretendem fornecer não só apoio, mas igualdade de direitos e qualidade de vida. |
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