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O custo da desigualdade no mercado de trabalho
Mafalda Fino Tavares e Gabriela Monroy · quarta, 7 de dezembro de 2016 · @@y8Xxv São poucos os países onde as mulheres e os homens têm igualdade em termos de remuneração. |
Os oradores da Conferência "Feminist Economics" |
21958 visitas Em pleno século XXI, são muitas as mulheres que ainda sofrem com a desigualdade social. “Ao ritmo atual, a igualdade de género no mundo será atingida em 2133”, admite Ana Raquel Pinheiro, mestranda em Economia na UBI. Porque é que a ascensão profissional dos homens é mais rápida do que a das mulheres, quais são os motivos para as diferenças salariais e que políticas estão a ser aplicadas a nível nacional para combater esta discriminação de género? Estas e outras questões estiveram em debate na Conferência “Feminist Economics – O custo da desigualdade de género”, no passado dia 2 de dezembro, na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da UBI, a partir das 11h. Apesar de 50 por cento da população portuguesa ser do sexo feminino, “ela (a mulher) está para que ele (o homem) atinja, ela está para que ele faça, ela está para que ele tenha”, declara Carlos Luís Nunes, vice-presidente da Comissão da Igualdade no Trabalho e no Emprego (CITE). Entre outras situações relevantes sobre o tema, Carlos admitiu ainda que “se não houvesse capitalismo, a mulher não ganhava (salário) e, se não ganha, está subjugada ao homem”. O capitalismo fez, assim, mais pelas mulheres do que qualquer outra economia feminista. Em Portugal, na política, as mulheres continuam em minoria. Segundo o Público, enquanto que, em 89 por cento das empresas há homens na gestão, só em 55 por cento há mulheres. Quando o assunto é política, o cenário é ainda pior. “Ter mais mulheres na Assembleia não trará mal nenhum para o mundo. Trará, certamente, uma visão diferenciada sobre o mesmo e uma visão mais correspondente da própria realidade económica”, comenta Manuel Albano, diretor da delegação do norte da Comissão para a Cidadania e Igualdade do Género (CIG). Um dos temas discutido em Portugal são as famosas “quotas”: a lei da paridade, aprovada em 2000. Apesar da conferência se ter focado mais nos termos económicos da desigualdade, a questão da maternidade não foi deixada de parte. Manuel Albano foi dos primeiros homens em Portugal a usufruir da licença paternal e admite que, enquanto pai, quer “ter os mesmos direitos” que a sua mulher, enquanto mãe. “A maternidade continua a ser vista como um fator de penalidade e não enriquecedor”, conclui. Ana Raquel Pinheiro admite que um dos problemas que a preocupa é se, ao entrar no mercado de trabalho, irá “ganhar menos do que um colega que está a tirar o mesmo curso”. A conferência, inserida no âmbito da unidade curricular “Política Económica” do mestrado de Economia, foi organizada por Ana Pinheiro, Patrícia Leal, Daniela Macedo e Patrícia Pires (estudantes do 2º. Ciclo/Mestrado em Economia), José Alberto Fuinhas (diretor do referido ciclo de estudos) e António Marques (docente da UBI). O papel de moderador coube a Alcino Pinto Couto, docente da UBI. O evento, de entrada livre, contou com o apoio do Núcleo de Estudantes de Economia da UBI (UBINEEC). |
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