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A Designa e o "Erro"
Carla Sousa · quarta, 30 de novembro de 2016 · @@y8Xxv A Designa 2016 - Conferência Internacional de Investigação em Design reuniu na Universidade da Beira Interior (UBI), nos passados dias 24 e 25 de novembro, mais de 60 oradores, oriundos de 7 países, para refletir sobre as várias dimensões do Design. Esta sexta edição centrou-se na temática relacionada com o “Erro”. |
Sessão de abertura da Designa 2016 |
21995 visitas Durante os dois dias em que decorreu a conferência, promovida pelo Departamento de Comunicação e Artes e pelo Labcom. IFP, foram proferidas um total de 70 comunicações. Desde 2011, ano em que arrancou a primeira edição da iniciativa, têm sido vários os temas debatidos. Porém, em 2016 foi o “Erro” que acabou por ser o alvo de todas as análises. De acordo com um dos membros da comissão organizadora do evento, “o erro é o tema que contraria tudo aquilo que é a lógica hegemónica do ensino do Design, que é muito direcionado para o sucesso, mesmo todo o discurso económico de hoje tem essa linguagem de sucesso e raramente se fala do erro e das experiências falhadas, daqueles que ousam e não são bem sucedidos”. Francisco Paiva sublinha ainda que não são raras as vezes em que o erro vem acrescentar valor ao trabalho executado, e por isso apela, principalmente aos estudantes, que não tenham “medo de falhar”. “O erro está repleto de significados desde a errância à deriva, a falha, mas também pode ser encarado pelo seu valor. A mensagem do Designa deste ano é que não se tenha medo de falhar. Deve-se falhar sempre e cada vez melhor, pois no fundo é preciso ousar”, salienta. Presentes na sessão de abertura do evento estiveram o reitor da UBI, o presidente da Faculdade de Artes e Letras (FAL) e o coordenador do Labcom.IFP. Para o dirigente máximo da academia, pensar o erro enquanto objeto científico é um constante desafio. “Errar é humano, mas o que é um facto é que ninguém gosta de o fazer, sobretudo no Design, mas é preciso pensar o erro como fazendo parte integrante da vida do Designer, do académico e da vida do próprio ser humano. Este é um desafio que sempre se nos coloca”, realça António Fidalgo. Já para o responsável pela FAL, Paulo Serra, este projeto “já é um evento sustentado, que tem todos os anos temas muito instigantes e que nos levam a pensar”. Também o coordenador do Labcom.IFP destaca a importância desta conferência. “É de facto uma iniciativa extremamente importante. O Designa constitui hoje um evento absolutamente estruturante do LabCom.IFP e é de eventos como este que se faz a realidade desta unidade”, frisa João Correia. Do programa constaram nomes como o ilustrador Nuno Saraiva, a especialista em cerâmica artística, Raquel Asensi, o designer de comunicação, Daniel Raposo, a professora da UBI, Idalina Sidoncha, o docente na Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa, Jorge dos Reis, entre muitos outros.
Designa 2016 com "balanço positivo" Pelo sexto ano consecutivo, tal como refere a responsável pela Comissão Executiva, esta conferência é uma vez mais uma aposta ganha. “Acho que é um balanço positivo porque foram dois dias bastante intensos, com muitos participantes, de vários países e mantendo o nível de qualidade a que nós já estamos habituados”. Catarina Moura acrescenta ainda que “existe o aspeto positivo de termos vários participantes que todos os anos regressam, que é algo que nos interessa e que nós valorizamos bastante. Julgo que as pessoas reagiram bastante bem à temática proposta para este ano”. Também o coordenador científico da Designa 2016, Francisco Paiva, é da opinião que o evento “tem vindo a aumentar o seu impacto e a sua presença na comunidade de Design e nos interessados por este âmbito científico”. |
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