A estratégia global de política externa e segurança da União Europeia (UE) foi a principal questão abordada no passado dia 15 de novembro, na FCSH da UBI, durante a conferência “O Novo Quadro de Segurança e Defesa Europeia”.

Na primeira intervenção da tarde, levada a cabo por Ana Isabel Xavier, Subdiretora-Geral de Política de Defesa Nacional, trataram-se questões como a posição negocial de Portugal na área da defesa, que deve ser credível e sólida. Durante a exposição, a professora citou ainda Federica Mogherini, alta representante da UE, que defende que “nos tempos difíceis, uma união forte é a que pensa estrategicamente”.

Seguiu-se Ana Paula Brandão, professora da Universidade do Minho, que acrescentou que “vivemos num momento crítico no plano securitário, humanitário, político e económico, nos quais o valor da solidariedade é posto em risco”, frisando a importância da união entre estados no verdadeiro sentido da palavra. 

Na segunda parte do colóquio foi a vez dos representantes militares falarem sobre as questões europeias que dizem respeito à segurança e defesa.

“A defesa não tem sido uma prioridade para os políticos europeus” foi a frase chave no início do discurso de Fernando Araújo Albuquerque, já que para o coronel de Infantaria do Exército há uma necessidade de “conjugar soft power com hard power”. O orador focou ainda as questões da cooperação e colaboração, necessárias entre os países da UE, apontando uma incapacidade clara destes agirem em conjunto.

A última apresentação foi realizada por Nuno Lemos Pires, coronel de Infantaria e professor na Academia Militar, e abordou temas como os desequilíbrios na distribuição dos recursos, a dispersão do poder pelo mundo, a temática em voga relativa ao aumento de refugiados e migrantes e o terrorismo. Para o professor, “são necessárias políticas geracionais, integradoras e colaborantes” na resolução dos problemas associados a estas vulnerabilidades.

No final da conferência, após as conclusões, seguiram-se as comunicações derradeiras do dia, nas quais tiveram protagonismo, Augusto Melo Correia, Vice-Presidente da Direção do EuroDefense-Portugal, que destacou a importância dos assuntos discutidos na conferência para a nova realidade europeia e Liliana Reis, coordenadora científica da conferência.