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"Tenham sempre um enorme orgulho quando disserem ‘Eu estudei na UBI’"
Rafael Mangana · quarta, 9 de novembro de 2016 · @@y8Xxv Natural de Cabo Verde, entrou na UBI em 1995 em Ciências da Comunicação, numa altura em que o seu país ainda não tinha universidades. Adaptou-se ao frio e acabou por ficar pela região até 2002, ano em que regressa às origens. Depois de passar pela Rádio Jornal do Fundão, já no seu país ingressa na Rádio Nacional de Cabo Verde, depois na Televisão Nacional, onde é atualmente pivot do Jornal da Tarde, co- editor e pivot do programa desportivo. É, ainda, professor de Jornalismo na universidade pública. |
Rui Almeida Santos |
22012 visitas Urbi et Orbi: Como surgiu a oportunidade de vir estudar para Portugal e para a UBI? Rui Almeida Santos: Quando terminei o 12º ano, ainda não havia universidades em Cabo Verde. Para continuar os estudos tinha de sair do país, tal como outros cabo-verdianos, através de bolsas de estudo. Naquela altura, a maioria ia para Portugal ou Brasil. Confesso que na altura até preferia o Brasil, mas acabei por ser selecionado para a UBI.
U@O: Vindo de um país quente como Cabo Verde, como foi a adaptação ao clima da Covilhã? RAS: A adaptação ao clima foi tranquila. No início receei os efeitos do frio, mas depois até me habituei. Não estava habituado à neve e à chuva e ainda apanhei umas “molhas”. Até achava piada. Ao ambiente universitário adaptei-me sem problemas. Havia colegas cabo-verdianos de liceu a estudar aí e os portugueses da turma contribuíram também para me integrar.
U@O: O que recorda dos tempos da UBI? RAS: Da UBI, só boas recordações. Até do frio não me queixo e até gosto. Das madrugadas de estudo, do stress dos testes e exames, dos amigos (muitos para a vida, outros de quem nunca mais tive notícias), das viagens por Portugal do Alto Minho ao Algarve, das festas académicas, das noitadas (sobretudo as de quinta-feira). Enfim, foi tudo muito bom. Os melhores anos da minha vida. Não há melhor sítio para estudar que a UBI e a Covilhã.
U@O: Sente que pode ter sido uma mais-valia profissional ter tirado o curso na UBI? RAS: Sim, sinto que ter estudado na UBI me ajudou a ser um profissional melhor. Além da componente teórica, destaco, sobretudo, a vertente prática que adquiri na parte final junto da televisão interna da UBI (que arrancou no meu último ano), formações e estágios. Mas, também acrescento o ambiente de camaradagem, espírito de entreajuda que havia entre os colegas e amigos que ajudaram a formar a minha “personalidade profissional” e o meu sentido de responsabilidade.
U@O: Como foi o seu percurso desde que terminou o curso? RAS: Depois de terminar estive dois anos na Rádio Jornal do Fundão, entre estágio profissional e contrato. A RJF é outra grande mais-valia na minha formação profissional. Aprendi muito com boa gente. Pessoas que faziam da rádio uma paixão, algumas com formação académica na área, outras com experiência prática da profissão e que muito me ensinaram. De regresso a Cabo Verde, estive na Rádio Nacional e passei depois para a Televisão. Comecei no desporto, editei e apresentei os jornais da estação, programas de economia, debates e outros programas eleitorais, fui Director de Informação durante 4 anos e actualmente sou pivot do Jornal da Tarde, co-editor e pivot do programa desportivo. Também lecciono jornalismo na universidade pública.
U@O: Hoje está no seu país. Chegou a ponderar ficar por Portugal? RAS: Sim. Regressei em 2002. Conforme disse anteriormente, estive na RJF no Fundão mas continuava a viver na Covilhã em ambiente e condições de estudante. Financeiramente não compensava e não podia arrastar essa situação por muito tempo. Colegas e amigos que já cá estavam, davam-me conta de boas oportunidades de trabalho, desperdicei algumas mas quando percebi e decidi que o futuro era na minha terra, só tive de seguir viagem. Mas não foi fácil essa decisão. Deixar a Covilhã foi difícil, pois já estava a criar laços afetivos ainda mais fortes com a cidade e a região da Beira Interior.
U@O: Que conselhos daria a um atual aluno de Ciências da Comunicação da UBI? RAS: Não sou de dar conselhos mas recomendaria muito estudo, integração num órgão de comunicação local, mesmo que seja a título voluntário, por forma a aprender a profissão na prática e fazer o equilíbrio com a teoria da academia. Isso pensando nos que pretendem enveredar pelo jornalismo. No dia-a-dia, que vivam a vida, aprendam com os outros, aprendam com os erros, procurem sempre fazer melhor que na situação anterior, que curtam (q.b.) a vida académica da UBI, o espírito universitário que reina na Covilhã, que desfrutem de uma “borga” de vez em quando porque também faz parte da vida. Que tenham, sempre, um enorme orgulho e um sorriso no rosto quando disserem “Eu estudei na UBI”.
Perfil: Nome: Rui Almeida Santos Naturalidade: S. Vicente (Cabo Verde) Curso: Ciências da Comunicação Ano de Entrada na UBI: 1995 Livro preferido: “Ilhéu de Contenda” de Teixeira de Sousa Filme preferido: “Sexto Sentido” Hobbies: Futebol e outras modalidades |
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