No dia 19 de outubro, a Covilhã parou mais uma vez para ver o cortejo que reúne estudantes das 29 licenciaturas e mestrados integrados da UBI.

Veteranos e caloiros juntam-se neste carnaval antecipado que se caracteriza pelas críticas ao sistema. O carro de Arquitetura, curso vencedor da Latada 2016, transportava uma sanita gigante de onde saía uma mão com um diploma que continha a palavra "desemprego". Outro dos elementos já tradicionais é a torre de Engenharia Eletromecânica, que todos os anos deve ser mais alta do que a do ano anterior: em 2016 atingiu os dez metros. Também Engenharia Aeronáutica se destacava com um avião partido a ser agarrado por uma mão gigante. 

Para o Imperatorum, Sisenando Fontes, “a Latada é um marco histórico para todos os caloiros, é o ponto em que aquilo em que eles estiveram a trabalhar durante o tempo de praxe se concretize. E o mais importante é eles se divertirem e apreenderem que a praxe não é aquele “bicho” que a comunicação social faz parecer”, diz o responsável pela praxe Ubiana.

Entre os milhares de pessoas que assistiram ao desfile, Helena Paula, mãe de um caloiro de Arquitetura, diz que apesar da má imagem da praxe, até certo ponto ela é positiva : “Não acho que a praxe seja muito má, só acho que dura demasiado tempo. Mas faz bem a quem vem para aqui começar uma nova vida”.

Enquanto para uns a Latada é o início de uma vida académica, para outros é o fim de uma jornada que os preparou para o mundo do trabalho. “Ao passar o Arco levo comigo muita emoção e muita aprendizagem destes três anos que já passaram. É mais um capítulo encerrado, mas levo tudo o que aprendi no coração e como é óbvio existe aquela lágrima ao canto do olho”, diz Rita Mateus, chefe de Latada de Ciências da Comunicação.

O cortejo, que começa do Pólo 1 da UBI e termina no Pelourinho, assinala o fim da praxe. Os cursos são avaliados por um júri, que no final da noite escolheu Arquitetura como curso vencedor da Latada 2016.