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Sala cheia de solidariedade
João Botão dos Santos e Andrea Lopes Fonseca · quarta, 26 de outubro de 2016 · A cultura uniu-se à solidariedade. Entre vozes e instrumentos, artistas e público, ajudou-se quem mais precisa. |
Nuno da Câmara Pereira foi um dos artistas que participou no concerto solidário |
22001 visitas Fez-se silêncio, cantou-se o fado e ajudou-se quem mais precisa. “Estas são as mãos que vos agradecem! Bem-haja a todos!”, lia-se no palco do Teatro Municipal da Covilhã. Foi esta a forma que o Centro Social de Nossa Senhora da Conceição escolheu para agradecer às mais de mil pessoas que assistiram às três horas de espetáculo no último sábado, dia 22 de outubro. Esta foi uma noite dedicada aos mais carenciados e o apelo foi ouvido pelos covilhanenses. Márcio Vicente foi um dos que não esqueceu as suas raízes. O jovem, natural da Vila do Carvalho e antigo aluno da Universidade da Beira Interior, é atualmente concorrente do programa televisivo “The Voice Portugal”. Para além de marcar presença no evento, Márcio assumiu também um papel ativo no programa musical da noite de sábado. “Unir a solidariedade com a cultura é um aliciante fantástico para atrair pessoas”, quem o diz é Olga Fael, natural da Covilhã que apesar de louvar estas iniciativas, alerta: “o povo não deveria precisar de ter esta preocupação solidária”. Nuno da Câmara Pereira, o fadista que encerrou a noite, por outro lado, é perentório ao afirmar que “não é o Estado que vai resolver todos os nossos problemas, não é milagroso nem consegue chegar a todo o lado”. A música tradicional portuguesa não faltou à chamada e chegou pelo som das Harmónicas de Ponte Sor, único grupo de harmónicas em Portugal. Pouco passava das 23 horas quando se ouviram os primeiros acordes das violas e da guitarra Portuguesa. Nuno da Câmara Pereira subiu ao palco numa apoteose de aplausos, começando o momento mais aguardado da noite. “Quem passa pela Covilhã jamais esquece a cidade”, recordou com nostalgia o fadista que passou pela cidade neve entre os seus quatro e nove anos, onde aprendeu a ler. Durante a atuação, o público para “participou ativamente no concerto”, acompanhando o cantor em músicas como “Pode ser saudade”, “ A rosinha dos limões” e “Estou velho”. Pedro Leitão, presidente da União de Freguesias de Vila do Carvalho e Cantar Galo, considera que estas iniciativas são fundamentais devido à realidade atual do país. “No que toca aos idosos temos lacunas muito graves”, refere o autarca com preocupação. Entre a organização, Centro Social de Nossa Senhora da Conceição, União de freguesias de Vila do Carvalho e Cantar Galo e o Município da Covilhã, o sentimento era de dever cumprido. O concerto solidário, inserido nas comemorações dos 146 anos da elevação da Covilhã a cidade, teve um custo por bilhete entre os seis e os 10 euros. A verba arrecadada possibilitou a instalação de ar condicionado na coletividade de Vila do Carvalho. |
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